Director-geral da Peugeot diz que Portugal devia incentivar compra de híbridos
O director-geral da Peugeot para o Sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália, Grécia e Turquia), Rafael Prieto, explicou em entrevista ao Público que Portugal e outros países deveriam incentivar a compra de carros híbridos – e não apenas de carros eléctricos.
“Não é normal incentivar muito o carro eléctrico e não incentivar nada um carro híbrido, quando um carro híbrido é uma solução que permite à indústria investir, porque não é mais do que uma fase intermédia de um carro eléctrico”, revelou.
“Se um Governo tem vocação para impulsionar o carro eléctrico, a melhor forma é apoiar todas as tecnologias intermédias que consigam mudar a mentalidade dos consumidores”, continua.
Rafael Prieto sugere, inclusive, que o incentivo ao carro híbrido poderia ser “metade do valor do carro eléctrico” – 2.500 euros – como forma de “facilitar que uma grande parte da clientela começasse já a mudar a sua forma de consumo”.
“E [em relação às] tecnologias de que estamos a falar, a micro-hibridação, se calhar 500 ou 600 euros de vantagem fiscal para incentivar a chegada desta novas tecnologias iria criar uma movimentação que levaria a mentalidade do consumidor a ir para onde queremos”, explica ainda o responsável.
Em relação à indústria automóvel, o responsável alerta que esta terá de fazer face, nos próximos dez anos, a um novo choque petrolífero, o que obrigará o sector a acelerar a “chegada de novas tecnologias que estão já no portfólio de grande parte dos construtores: carro eléctrico, viaturas híbridas e biocombustíveis”.
“Vamos enfrentar um novo preço-base no petróleo que vai reconfigurar a economia dos países desenvolvidos”, concluiu.
Ainda em relação aos carros eléctricos, o responsável disse que as previsões de que, em 2015, 5% dos carros vendidos na Europa serão eléctricos e 10% híbridos deverão ser multiplicadas por dois.
Finalmente, ainda estamos a três ou quatro anos de chegar uma tecnologia que permita que os níveis de autonomia dos carros eléctricos se encontrem acima dos 150 quilómetros.