Duarte Cordeiro garante que “Portugal reconhece a importância de investir nos serviços de água”



Esta quarta-feira, dia 22, arrancou a Conferência das Nações Unidas sobre a Água, em Nova Iorque, a primeira cimeira global em 46 anos especificamente dedicada à discussão sobre como melhor proteger esse bem essencial cada vez mais escasso.

O ministro português do Ambiente e Ação Climática sublinhou, na sede da ONU, que Portugal está empenhado no fortalecimento da segurança hídrica do país e apelou à cooperação internacional para uma melhor gestão da água aos níveis local, regional, nacional e transnacional.

“Nos últimos 20 anos, a precipitação diminuiu em Portugal cerca de 15%”, alertou Duarte Cordeiro, assinalando que até 2100 se esperam reduções ainda maiores, entre os 10% e os 25%, e destacando que já se tem feito sentir “um impacto muito significativo na quantidade de água que aflui aos nossos rios, mas também às nossas barragens e aquíferos”, sendo isso “apenas uma das consequências das alterações climáticas”.

O ministro destacou o trabalho feito em Portugal para reduzir o consumo de água e para tornar a sua utilização mais eficiente, adiantou que o Governo quer, até 2025, que “10% de toda a água tratada seja aproveitada, usando-a para finalidades que não exigem a sua potabilidade”, como a rega de culturas permanentes e de campos de golfe, bem como para a limpeza das ruas.

E apontou a dessalinização como uma possível solução para atenuar a falta de água em algumas regiões que estejam perto do mar.

Além disso, Duarte Cordeiro assegurou que “Portugal reconhece a importância de investir nos serviços de água”, assinalando que o país hoje apresenta “níveis máximos de qualidade de água para consumo máximos quando há 30 anos eram de 50%, e com taxas de cobertura através de rede de saneamento em torno de 85%, quando há 30 anos eram de 28%”.

Declarando que é “tão necessária quanto urgente” uma Agenda de Ação para a Água, o governante disse aos representantes dos Estados-membros da ONU que “não estaremos a cumprir com a nossa missão enquanto houver uma pessoa sem condições dignas de acesso seguro e acessível a água”. E garantiu que Portugal está empenhado na promoção de “uma Coligação Global para melhorar Políticas e Regulação dos Serviços de Água e Saneamento”.

“Seja ela doce, dessalinizada ou salgada, à superfície ou em aquíferos, atravesse um ou mais países, a água e a sua gestão exigem ação”, asseverou Duarte Cordeiro.

Esta quarta-feira assinalou-se também o Dia Mundial da Água, e a UNICEF lançou um relatório no qual alerta que 190 milhões de crianças em apenas 10 países africanos estão a enfrentar uma tripla ameaça relacionada com a água: qualidade inadequada para consumo, falta de infraestruturas de saneamento e doenças associadas à falta de condições de higiene.

As alterações climáticas são uma das principais causas da insegurança hídrica das populações desses países, com Sanjay Wijesekera, Diretor de Programas da UNICEF, a afirmar que “tempestades devastadoras, inundações e secas históricas já estão a destruir infraestruturas e casas, a contaminar os recursos hídricos, a criar crises de fome e a propagar doenças”.

Para o responsável, “por mais desafiantes que sejam as condições atuais, se não houver uma ação urgente, o futuro poderá ser muito mais sombrio”.





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