Duas novas estrelas encontradas a dançar perto do buraco negro supermassivo da Via Láctea



A deteção de um sistema estelar binário perto do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea foi relatada num artigo da Nature Communications. Estes sistemas foram previstos mas não foram detetados. Os resultados fornecem novos conhecimentos sobre a dinâmica e a evolução das estrelas na vizinhança do buraco negro supermaciço da nossa galáxia, Sagitário A*.

Sagitário A* é orbitado por estrelas de alta velocidade e objetos carregados de poeira, que são conhecidos coletivamente como o aglomerado S. Prevê-se a existência de sistemas estelares binários (duas estrelas ligadas gravitacionalmente uma à outra em torno de um centro de gravidade comum) no interior do aglomerado S, mas não foram detetados anteriormente. Investigações anteriores sugeriram que é pouco provável que tais estrelas sejam estáveis devido às interações entre as estrelas e Sagitário A*.

Florian Peißker e colegas utilizaram dados de arquivo adquiridos pelo Very Large Telescope e pelo telescópio Keck para detetar, pela primeira vez, um sistema binário no interior do aglomerado S. O sistema, denominado D9 – constituído pelos componentes estelares binários D9a e D9b – é relativamente jovem, com uma idade prevista de aproximadamente 2,7 milhões de anos, tendo-se provavelmente formado fora do aglomerado S.

Análises posteriores sugerem que este sistema está a chegar ao fim da sua janela estável dentro do aglomerado S e que as duas partes do sistema binário poderão fundir-se num futuro relativamente próximo, devido à influência do buraco negro.

A deteção de D9 revela que estes sistemas binários são capazes de residir no interior do aglomerado S durante aproximadamente 1 milhão de anos, após a migração a partir do exterior do aglomerado S. Estas descobertas fornecem novos conhecimentos sobre um potencial caminho evolutivo das estrelas na órbita de Sagitário A*.





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