É obsceno que pequenos Estados insulares paguem sede de lucro fóssil



É “obsceno” que os pequenos Estados insulares, na primeira linha de sofrimento dos impactos das alterações climáticas, paguem a “sede de lucros” das indústrias fósseis e a “concorrência” entre as grandes economias, afirmou ontem António Guterres.

“A vossa geografia única coloca-vos à mercê do caos climático, da subida do nível das águas e da degradação das terras. As alterações climáticas são uma ameaça existencial para a família humana no seu conjunto, mas os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento estão na primeira linha”, afirmou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), por ocasião da abertura de uma cimeira destes Estados, em Antígua-e-Barbuda, nas Caraíbas.

“Não podemos aceitar o desaparecimento de um país ou de uma cultura, engolidos pelas ondas”, enfatizou, quando alguns dos 39 países participantes, como Maldivas ou Tuvalu, podem literalmente desaparecer dos mapas.

“A ideia de que um Estado insular possa tornar-se uma vítima colateral da sede de lucros da indústria das energias fósseis ou da concorrência entre as maiores economias é simplesmente obscena”, disse.

“As Nações Unidas estão ao vosso lado para reafirmar as vossas aspirações: parar e reduzir os impactos terríveis da crise climática, construir economias resilientes, promover sociedades seguras, saudáveis e prósperas, propiciar a segurança do abastecimento de água, a segurança alimentar e energética, conservar a biodiversidade e proteger e utilizar de forma durável o oceano e os seus recursos”, garantiu.

Na ocasião, Guterres realçou que os pequenos Estados insulares em desenvolvimento “são um teste para a justiça climática e a justiça financeira” e repetiu o seu apelo a uma reforma das instituições financeiras internacionais, que considerou “obsoletas, disfuncionais e injustas”.





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