“É um momento muito especial”: Inglaterra celebra primeira cria de águia-rabalva em mais de 240 anos
Pela primeira vez em mais de 240 anos, uma cria de águia-rabalva (Haliaeetus albicilla) nasceu em Inglaterra, fruto de um programa de conservação para recuperar a população local da maior espécie de ave de rapina do país.
Em tempos, a águia-rabalva abundava nos céus e florestas inglesas, mas a caça e perseguição humana empurraram a espécie para a extinção local, com o desaparecimento do último casal reprodutor, que habitava o sul de Inglaterra, na década de 1780. Para reverter os danos causados, em 2019 as organizações Forestry England e a Roy Dennis Wildlife Foundation implementaram no terreno um programa de reintrodução, com a supervisão da agência britânica de conservação da Natureza, a Natural England.
We are thrilled that a pair of White-tailed Eagles have successfully reared a chick in England for the first time in 240 years this summer. A very significant milestone for the project.
Read more here: https://t.co/31xHZQTsxt@SeaEagleEngland @ForestryEngland pic.twitter.com/4vhwGCkkAx— Roy Dennis Foundation (@RoyDennisWF) July 18, 2023
As primeiras águias foram libertadas pelo projeto em 2020, entre elas um macho e uma fêmea que este verão geraram a primeira cria em quase dois séculos e meio. Os conservacionistas envolvidos no projeto optaram por não revelar a localização do ninho para proteger o casal e a cria e “para evitar qualquer perturbação”.
A cria foi anilhada e os especialistas da Roy Dennis Wildlife Foundation colocaram-lhe também um dispositivo de geolocalização “para monitorizar o progresso diário desta ave histórica durante a sua vida”.
Até ao momento, este programa reintroduziu já 25 águias-rabalvas em Inglaterra, das quais 16 sobrevivem.
Roy Dennis, fundador da Roy Dennis Wildlife Foundation, explica, em comunicado, que “este é um momento muito especial” para todos os que têm trabalhado no projeto da águia-rabalva, ressaltando que “restaurar uma população reprodutora no sul de Inglaterra, onde a espécie em tempos foi abundante, tem sido o nosso principal objetivo”.
Apesar de acautelar que ainda é cedo para que se possa realmente respirar de alívio, o responsável afirma que o nascimento desta cria não deixa de ser “um progresso muito significativo” e que “o sentimento de ver o primeiro casal a alcançar esta fase é verdadeiramente incrível”.
Por sua vez, Steve Egerton-Read, da Forestry England, considera que “com apenas três anos de idade, é notável que o casal se tenha reproduzido com sucesso”, uma vez que, geralmente, as águias-rabalvas, “aves icónicas de Inglaterra”, apenas começam a gerar descendência entre os quatro e os cincos anos.