“É um momento muito especial”: Inglaterra celebra primeira cria de águia-rabalva em mais de 240 anos



Pela primeira vez em mais de 240 anos, uma cria de águia-rabalva (Haliaeetus albicilla) nasceu em Inglaterra, fruto de um programa de conservação para recuperar a população local da maior espécie de ave de rapina do país.

Em tempos, a águia-rabalva abundava nos céus e florestas inglesas, mas a caça e perseguição humana empurraram a espécie para a extinção local, com o desaparecimento do último casal reprodutor, que habitava o sul de Inglaterra, na década de 1780. Para reverter os danos causados, em 2019 as organizações Forestry England e a Roy Dennis Wildlife Foundation implementaram no terreno um programa de reintrodução, com a supervisão da agência britânica de conservação da Natureza, a Natural England.

As primeiras águias foram libertadas pelo projeto em 2020, entre elas um macho e uma fêmea que este verão geraram a primeira cria em quase dois séculos e meio. Os conservacionistas envolvidos no projeto optaram por não revelar a localização do ninho para proteger o casal e a cria e “para evitar qualquer perturbação”.

A cria foi anilhada e os especialistas da Roy Dennis Wildlife Foundation colocaram-lhe também um dispositivo de geolocalização “para monitorizar o progresso diário desta ave histórica durante a sua vida”.

A primeira cria de águia-rabalva a nascer em Inglaterra em mais de 240 anos. Avistada no ninho antes de aprender a voar.
Foto: Roy Dennis Wildlife Foundation

Até ao momento, este programa reintroduziu já 25 águias-rabalvas em Inglaterra, das quais 16 sobrevivem.

Roy Dennis, fundador da Roy Dennis Wildlife Foundation, explica, em comunicado, que “este é um momento muito especial” para todos os que têm trabalhado no projeto da águia-rabalva, ressaltando que “restaurar uma população reprodutora no sul de Inglaterra, onde a espécie em tempos foi abundante, tem sido o nosso principal objetivo”.

Apesar de acautelar que ainda é cedo para que se possa realmente respirar de alívio, o responsável afirma que o nascimento desta cria não deixa de ser “um progresso muito significativo” e que “o sentimento de ver o primeiro casal a alcançar esta fase é verdadeiramente incrível”.

Os conservacionistas implementaram um dispositivo de geolocalização por satélite na cria para poderem seguir os seus movimentos ao longo de toda a sua vida.
Foto: Forestry England

Por sua vez, Steve Egerton-Read, da Forestry England, considera que “com apenas três anos de idade, é notável que o casal se tenha reproduzido com sucesso”, uma vez que, geralmente, as águias-rabalvas, “aves icónicas de Inglaterra”, apenas começam a gerar descendência entre os quatro e os cincos anos.





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