97% dos líderes estão preocupados com as alterações climáticas



O recente estudo CxO Sustainability 2022 da Deloitte, sobre sustentabilidade climática a nível global, avaliou a perspetiva de 2.083 executivos C-Level de 21 países. O combate às alterações climáticas é uma realidade – 89% reconhece que nos encontramos perante uma emergência climática, e 77% admite sentir-se pressionado pelos stakeholders a agir. Em concordância, 97% dos executivos afirma já ter sentido os seus efeitos e 81% diz que foi impactado por eventos climáticos, como os incêndios florestais e as ondas de calor.

Entre as principais preocupações dos líderes estão, o impacto nas operações e na rede de abastecimento, e as mudanças nos ambientes regulatórios e políticos. Outra preocupação apontada é, também, o facto das alterações climáticas estarem a afetar os seus funcionários física e mentalmente. Os países que sentiram os maiores impactos operacionais foram a Austrália, o Canadá, a China, os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido. Já os maiores impactos regulatórios foram sentidas pela Alemanha, França, Itália, Países Baixos e Reino Unido.

Relativamente aos possíveis benefícios da transição rumo a um futuro sustentável, a reputação da marca (49%), a satisfação dos clientes (46%), o próprio combate às alterações climáticas (43%) e a moral e bem-estar dos colaboradores (42%), encontram-se no topo da lista. Em último lugar estão os financeiros, como os benefícios de receita de negócios de longa duração (28%) ou os custos de investimento e margens operacionais (30%).

Contudo, o estudo da Deloitte identifica uma desconexão entre o reconhecimento e ambição manifestados e a ação desenvolvida pelas empresas. Embora todas as ações de sustentabilidade sejam importantes, a análise da Deloitte identificou cinco ações fundamentais que, especialmente quando tomadas em conjunto, demonstram um empenho mais profundo das empresas: Desenvolvimento de novos produtos ou serviços mais sustentáveis; Exigir que fornecedores e parceiros de negócios adotem medidas de sustentabilidade; Atualização ou realocação das instalações para torná-las mais resistentes aos impactos climáticos; Incorporar considerações climáticas em ações de lóbi e doações políticas; e Indexação da remuneração dos líderes ao desempenho de sustentabilidade da empresa. Ainda assim, apenas 19% implementou pelo menos quatro destas ações.

Para Afonso Arnaldo, Partner da Deloitte e Corporate Responsibility & Sustainability
Leader, “O papel das empresas no combate às alterações climáticas é fundamental, enquanto indutoras do consumo global. As empresas que se atrasarem neste caminho, que pressupõe a adoção de significativas ações de sustentabilidade, dificilmente resistirão no futuro enquanto organizações”.





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