Eco-despertar: as pessoas estão a despertar para a necessidade de sustentabilidade



Está a haver um “Eco-despertar”: os consumidores estão cada vez mais preocupados com o ambiente e com os seus próprios hábitos. É o que mostra o novo relatório da World Wildlife Fund (WWF) “Eco-despertar: Medir a Consciência Global, Empenho e a Ação pela Natureza”, realizado pela Economist Intelligence Unit.

De acordo com este estudo internacional, a procura por bens sustentáveis aumentou 71% nos últimos cinco anos, destacando-se países como o Reino Unido, os Estados Unidos, a Alemanha, a Austrália e o Canadá. Por outro lado, esta tendência foi também notável nas economias em desenvolvimento e emergentes, como por exemplo a Indonésia e o Equador.

“Esta é mais uma prova de que a proteção do nosso planeta é cada vez mais uma exigência dos cidadãos, a que empresas e governos terão de prestar mais atenção e agir de forma a conseguirem responder a esta preocupação”, afirma Ângela Morgado, Diretora Executiva da Associação Natureza Portugal (ANP|WWF).

A consciência do valor da biodiversidade e dos ecossistemas para a nossa vida está a aumentar, e os cidadãos estão cada vez mais conscientes da crise planetária que vivemos. Nesse sentido, começam a procurar alternativas que promovem a conservação ambiental.

Como refere Cristianne Close, Diretora de Mercados Internacionais da WWF, “Já não é aceitável ou inteligente ignorar a sustentabilidade nos negócios, e é isto que os consumidores estão a dizer a alto e bom som com a sua procura online por bens sustentáveis. A preferência dos consumidores está a levar indústrias inteiras a mudar e nenhum mercado ou setor escapa. Esta investigação fornece validação a uma tendência assumida também nos mercados emergentes e em desenvolvimento – que a procura local e os consumidores no fim da cadeia de valor são importantes, e o seu comportamento está a impulsionar a mudança – e isto irá moldar a recuperação económica global da pandemia.”

O papel dos consumidores é crucial para a mudança, e o aumento da consciencialização levou a que as marcas, as empresas e os governos assumissem e/ou mantivessem compromissos aliados à sustentabilidade. Por um lado, mais de 50% dos executivos da C-Suite afirmam que a procura dos consumidores está a impulsionar o foco da sustentabilidade na indústria da moda e têxtil e, consequentemente, 65% das organizações que participaram num inquérito recente afirmaram ter-se comprometido a adquirir matérias-primas produzidas de forma sustentável. Também nas indústrias alimentar, de cosmética e farmacêutica natural, o número de empresas empenhadas em práticas de sourcing que protegem a biodiversidade aumentou 45% entre 2016 e 2020.

“Esta investigação mostra o quanto as pessoas valorizam o nosso planeta, a sua vontade de fazer mudanças para o proteger, e os seus crescentes apelos aos líderes mundiais para que tomem medidas significativas. É evidente que para enfrentar os desafios globais, tais como as alterações climáticas e a perda de biodiversidade, temos de abordar a raiz destas questões – uma economia cuja matriz compreende o conceito de desperdício e de descartabilidade”, sublinha Ellen MacArthur, Fundadora da Fundação Ellen MacArthur.





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