Edifício sustentável em Harare (Zimbabué) inspira-se nos montes das térmitas
Em Harare, capital do Zimbabué, há um edifício verde que tem o seu ponto alto sustentável numa inspiração pouco normal: as térmitas. Na verdade, o Eastgate Center – um centro de lazer e escritórios – utiliza os princípios da biomimética para conseguir poupar energia.
Desenhado por Mick Pearce e pelos engenheiros do Arup Associates, o edifício não tem ar-condicionado ou aquecimento convencional, mas consegue estar sempre com temperaturas agradáveis, através de um método de design inspirado nos povos indígenas do Zimbabué, que por sua vez foram beber a sua sapiência aos montes que as térmitas fazem na terra.
No Zimbabué e outros locais africanos, as térmicas constroem gigantescos montes, onde armazenam os fungos de que se alimentam. Os fungos têm de se mantidos a exactamente 30,5ºC, quando as temperaturas no exterior andam entre os 1,6ºC e os 40ºC.
As térmitas conseguem este feito ao estarem constantemente a abrir e fechar uma série de ventos frios e quentes. Com um sistema de correntes ajustado ao milímetro, o ar é sugado para a parte interior do monte, para debaixo dos compartimentos com paredes de lama. Para cima, ele vai através de um outro canal. As térmitas estão constantemente a cavar novas aberturas e a ligá-las às antigas, para regular a temperatura.
O Eastgate Center, feito sobretudo de cimento, tem um sistema de ventilação que opera de forma igual. O ar de fora é aquecido ou arrefecido pelo edifício, dependendo da temperatura do interior do próprio edifício. Depois, ele é ventilado pelos andares do edifício antes de sair, pelas chaminés.
O edifício usa menos 10% da energia de um edifício convencional do seu tamanho. Estas eficiências levaram os seus proprietários a pouparem €2,7 milhões (R$ 7 milhões) no sistema de ar-condicionado, que não teve de ser criado. Para além das poupanças diárias em energia.