Eficiência dos recursos será a próxima grande revolução global



“Permitam-me, pela última vez esta semana, reforçar a ideia da eficiência dos recursos”. Foi assim, de forma directa, que o Comissário Europeu para o Ambiente, o esloveno Janez Potočnik, começou o seu discurso que encerrou a Green Week, a Semana Verde que decorreu por estes dias em Bruxelas e outras cidades europeias.

“Para mim, eficiência nos recursos é um verdadeiro decoupling [fazer crescer a economia sem o correspondente aumento da pressão ambiental]. É reduzir a utilização global de recursos e a poluição da actividade económica até níveis de sustentabilidade. É aspirar ao desenvolvimento sustentável. Vemos [este tema] como uma forma de atingir os nossos objectivos económicos, ambientais, social e climáticos”, explicou o responsável.

Potočnik revelou que “continuar com os nossos padrões actuais de utilização de recursos não é uma opção”, por isso definiu algumas medidas que podem ajudar a mudar esta situação, em áreas como legislação e taxas ambientais, protecção dos ecossistemas e utilização dos solos, preço dos produtos ou água – “é um ouro líquido e talvez deveria ser paga como tal”.

“Utilizar o lixo como um recurso é outro exemplo” – continuou depois o comissário europeu. “As piores opções para lidar com o lixo – como as lixeiras – ainda são demasiado baratas”, explicou, alertando ainda que existem diversas barreiras à eficiência dos recursos, causadas por “ciclos de curto prazo na economia, negócios e política”.

Por outro lado, a Semana Verde da UE revelou conclusões preocupantes. “Deitamos fora 20% da comida que compramos porque não percebemos a diferença entre a “data de embalagem” e ‘consumir até’ – embora isto deva ser rectificado em breve, através de legislação”, continuou o político, que falou ainda das florestas, das renováveis, da eficiência energética, da governance ambiental, da pegada carbónica ou da própria legislação que a UE ainda não aprovou.

Leia aqui o discurso de Janez Potočnik, na íntegra e em inglês.

“Há muito a fazer. E não apenas por parte da Comissão Europeia. (…) Os países membros podem ajudar-nos a encontrar as melhores soluções para uma abordagem europeia comum, de que precisamos para trazer a mudança”, concluiu o responsável.





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