Elefanta sexagenária que sobreviveu a cinco ataques de caçadores morreu no Quénia



Uma elefanta “extraordinária e resistente”, que tinha sobrevivido cinco vezes a tiroteios de caçadores furtivos, morreu no norte do Quénia, uma região assolada por uma grave seca, anunciou hoje a organização Save the Elephants.

Monsoon (“Mousoon” em inglês), uma fêmea sexagenária, foi eutanasiada na segunda-feira, após ter caído várias vezes na reserva de Samburu, uma extensão árida que enfrenta uma das piores secas dos últimos 40 anos.

A Save the Elephants informou, através de uma declaração, que a saúde precária do elefante se devia à sua idade, mas que tinha sido “agravada pela seca”.

Monsoon, que deu à luz sete elefantes, o último dos quais, e “para surpresa de todos”, em 2018, tinha sido atingida cinco vezes por caçadores furtivos, entre 2009 e 2014.

A esperança de vida dos elefantes é estimada em cerca de 60 anos.

Em 2006, Monsoon levou a sua família para segurança, subindo ao topo de uma das colinas mais altas de Samburu, embora os especialistas pensassem que os elefantes evitavam terrenos íngremes.

O Quénia, a potência económica da África Oriental, está a sofrer uma seca de uma gravidade sem precedentes no últimos 40 anos, com a fome a afetar pelo menos quatro milhões de pessoas de uma população com mais de 50 milhões.

Quatro estações de chuva insuficiente criaram as condições de maior seca desde o início da década de 1980. Os rios e poços secaram, as pastagens transformaram-se em pó, causando a morte de mais de 1,5 milhões de animais, só no Quénia.

“Estamos a trabalhar com os nossos parceiros, as comunidades locais e o Governo queniano para abordar as questões que, a longo prazo, a seca irá colocar à vida selvagem e às comunidades e faremos o nosso melhor para evitar que mais elefantes, como a Monsoon, morram”, indica a declaração da Save the Elephants (Salvem os Elefantes).





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