Elizab’hats: chapéus portugueses feitos a partir da reutilização de gravatas (com FOTOS)



O nome Elizab’hats é um trocadilho entre o nome da designer dos chapéus, Elizabete Palma, e a denominação destes em inglês – hats –, mas o projecto da empreendedora portuguesa é mais do que uma nova marca de vestuário. Ele é um verdadeiro projecto de reutilização de tecido em fim de vida – neste caso, gravatas – que é unido a uma estrutura base de cortiça e transformado artesanalmente em peças únicas.

“[O projecto baseia-se na] sustentabilidade, a protecção das artes e ofícios ancestrais e o design vanguardista”, explicou Elizabete Palma ao Green Savers. Para além da sustentabilidade e “respeito pela natureza e renovação”, o Elizab’hats tem uma forte vertente social. É que os chapéus são fabricados em empresas familiares e costureiras oriundas de projectos sociais.

“O Elizab’hats surgiu a partir de uma inquietação partilhada: a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento vigente na indústria têxtil que coloca a economia como fim, sem defender o bem-estar das pessoas e do meio ambiente”, avança a designer na página do projecto no site de financiamento colectivo PPL.

“Num mundo com recursos cada vez mais limitados, a preferência pela moda ética e sustentável representa uma  ruptura  radical  com  os modelos de produção obsoletos e consumo de resíduos  lineares para um sistema em que os produtos e os recursos são delineados para ter mais do que uma vida”, continua Elizabete Palma.

A responsável acredita que o projecto está apoiado em três pilares: no uso de materiais ecológicos e orgânicos de origem nacional; no sistema de relacionamento com os fornecedores e trabalhadores baseado no compromisso e na qualidade e inovação do produto.

“Através da fusão de técnicas tradicionais portuguesas e uma visão contemporânea, [criámos] uma gama de chapéus única, colocando a riqueza cultural portuguesa e o respeito pela natureza no topo das suas prioridades”, continuo.

Actualmente, a Elizab’hats tem duas colecções: No Tie To Waste, onde os chapéus são concebidos através da reutilização de gravatas de qualidade; e a Special Edition, uma coleção temporária – três meses – que introduz “a personalidade artesã à visão progressista”. Ambas apostam na rastreabilidade do produto e são acompanhadas pela IES Social Business School de Cascais – cada etapa de produção dos chapéus é concretizada por micro-empresas e projetos sociais.

Quem é Elizabete Palma?

Apaixonada por têxteis e pelo património cultural imaterial português, sobretudo aquele que está ligado ao artesanato, Elizabete Palma é uma empreendedora social, bootcamper da Social Business School e fez um curso profissional de Alfaiataria pelo Centro de formação Profissional da Indústria Têxtil (Modatex).

Filha de uma comerciante de bordados regionais portugueses, assume-se como “criativa e com tendência natural para a área do design”, apesar de ter feito carreira na área da saúde.

No site de financiamento colectivo PPL, a Elizab’hats procura angariar €5.000 para registar a marca internacionalmente, investir em embalagens e etiquetas de qualidade e estar presente na Ethical Fashion Show Berlim, uma feira internacional que poderá proporcionar vendas e negócios  e aquisição de contactos.

Até agora, porém, a marca só angariou €10, quando ainda falta 23 dias para o final da campanha.

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