Em apenas 20 dias garrafas PET dão vida a novas casas



A boliviana Ingrid Vaca Diez, uma advogada de Santa Cruz de la Sierra, está envolvida com o trabalho voluntário desde pequena, sendo apaixonada pelo artesanato. Há quase duas décadas, Ingrid teve uma ideia: construir casas a partir de garrafas PET para famílias em situação de extrema pobreza.

Na verdade, a ideia teve como ponto de partida uma discussão entre Ingrid e o marido, que já não aguentava a quantidade de lixo plástico que a advogada guardava em casa para os seus trabalhos manuais. “Dá para construir uma casa com estes pedaços de PET”, reclamou o marido de Ingri. Isto foi o suficiente  para acender uma luz na cabeça da boliviana.

Essa luz transformou-se rapidamente no projecto Casas de Botellas, uma iniciativa para a qual Ingrid teve de estudar arduamente. As casas feitas de garrafas PET não são propriamente uma novidade, mas a distância entre os continentes e a falta de comunicações entre os países levaram a advogada a criar um estilo próprio de construção. Ela baseou-se sobretudo numa espécie de cimento sustentável, feito a partir de barro, açúcar, linhaça e uma espécie de papa feita com água.

Assim, e quase duas décadas após o início do projecto, a Casa de Botellas já tem mais de 300 moradias no currículo, construídas para famílias em situação de extrema pobreza da Bolívia, Argentina, México, Panamá e Uruguai.

Com cerca de 82 garrafas PET de dois litros por metro quadrado, Ingrid garante que é possível construir uma moradia em 20 dias. Ingrid encontrou dois grandes problemas no seu projecto: a falta de matéria-prima e, curiosamente, de mão-de-obra disposta a trabalhar apenas em prol do próximo.

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