Em contraciclo, a Groenlândia festeja o aumento da temperatura global



Os glaciares da Groenlândia estão a derreter a um ritmo que preocupa os ambientalistas, mas não a sua população. Desde que a temperatura média daquela ilha junto ao Ártico começou a subir, o crescimento da economia local disparou.

A ilha que no século XVIII se tornou uma região autónoma da Dinamarca, com 57 mil habitantes, viu nos últimos anos o seu solo arável crescer, bem como os períodos de cultivo. Com pastagens por mais tempo os seus rebanhos cresceram de 15 mil cabeças – média de há cerca de vinte anos – para 20 mil cabeças e com águas menos gélidas a população de peixes disparou.

No mar do Norte, que banha a Noruega e a Dinamarca, os pescadores já notaram que as espécies de bacalhau ficaram maiores, assim como os atuns. Esta abastança já teve reflexos nas quotas de pesca, que passaram para o dobro.

Estas mudanças estão a levar os naturais da região a festejar o impacto do aumento da temperatura global na sua terra. De acordo com uma reportagem da revista brasileira Veja, as prateleiras dos supermercados de Nuuk, a capital da Groenlândia, nunca estiveram tão cheias de fruta e vegetais, algo inimaginável até há poucos anos.

A prazo o aumento da temperatura global, que está na base das mais sérias preocupações da comunidade internacional, poderá também jogar contra os interesses da Groenlândia, mas para a sua população, o espírito do adágio popular, aplica-se: “Enquanto o pau vai e vem, folgam as costas”…

Foto: Filip Gielda / Creative Commons 





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