Empresa do Alqueva lança novos concursos para centrais fotovoltaicas flutuantes



A empresa gestora do Alqueva, no Alentejo, avançou com novos concursos públicos para a instalação de quatro centrais fotovoltaicas flutuantes no empreendimento, num investimento que pode atingir os 43 milhões de euros, foi  anunciado.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, explicou que, anteriormente, já tinha sido lançado um concurso para estas empreitadas, que ficou deserto.

“A EDIA tomou a decisão de reformular ligeiramente e dividir em três procedimentos”, que são agora lançados, ao contrário do anterior que era “um procedimento maior, que ficou sem propostas”, adiantou o responsável.

Esta opção de dividir as quatro empreitadas por três concursos, explicou, visa “estimular a concorrência e tentar alargar o leque das empresas que tem capacidade e interesse em concorrer para que surjam melhores propostas”.

O concurso público para a instalação, operação e manutenção de uma Unidade de Produção para Autoconsumo (UPAC) na Estação Elevatória da Amoreira, com um preço base de 12 milhões de euros, foi publicado, na quarta-feira, em Diário da República (DR).

Hoje, foi publicado em DR o concurso público internacional referente à empreitada para a construção e funcionamento da UPAC na Estação Elevatória dos Álamos, com um valor base de 22 milhões de euros.

Na próxima segunda-feira, segundo o presidente da EDIA, deverá sair em DR o concurso para a instalação e manutenção da UPAC nas estações elevatórias de São Pedro e de São Matias, com um valor máximo de nove milhões de euros.

Envolvendo a instalação de um total de 86 mil painéis solares, estes concursos agora lançados têm um valor global de 43 milhões de euros, que serão financiados pelo Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa e por capitais próprios da empresa.

Com as centrais fotovoltaicas flutuantes, “não temos um conflito de uso da terra, que pode ser utilizada para a floresta, agricultura ou paisagem e o painel sobre a água é mais eficiente”, já que “o efeito refrescante do plano de água aumenta a eficiência energética do painel”, argumentou.

Por outro lado, salientou José Pedro Salema, num reservatório de água com painéis fotovoltaicos flutuantes reduzem-se “as perdas por evaporação” e também “o crescimento das algas, que são empecilho para a distribuição de água e entopem os filtros”.

“Este é o modelo que preconizamos para sítios que não têm outras utilizações e que não têm conflitos também com atividades turísticas e podem representar uma parte muito importante da energia que consumimos”, realçou.

Atualmente, disse o responsável, a EDIA produz “cerca de 10% da energia que consume”.

“Com estes concursos, podemos chegar aos 55%. Portanto, é um grande salto na produção face ao consumo”, sublinhou.

De acordo com o presidente da EDIA, estas quatro novas centrais fotovoltaicas e as nove que já estão em construção, das quais cinco flutuantes e quatro terrestres, vão juntar-se às oito que já estão em funcionamento.

“E não ficaremos por aqui”, pois ficam a faltar, pelo menos, outras 10 centrais já planeadas e que vão avançar “quando tivermos capacidade de financiamento”, acrescentou.





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