Empresa têxtil de Viana do Castelo exporta inovação em sustentabilidade
Em Fevereiro do ano passado, a Vianatece saiu de Gent, na Bélgica, com o prémio da empresa mais “Eco-Friendly” na Intirio, feira de decoração de interiores e linhas da casa.
A têxtil de Viana do Castelo, porém, não foi apanhada de surpresa. Fundada em 1985 e empregando actualmente 80 pessoas, a empresa, ligada à produção de tapeçaria e outros têxteis para o lar, tem nas estratégias de sustentabilidade um importante pilar da sua produção.
Nos últimos anos, e com o aumento da exigência da sociedade em torno dos temas ambientais, a Vianatece investiu na marca LethesHome, que produz tapetes feitos à mão em teares tradicionais de madeira e a partir de fibras têxteis recicladas. Hoje, a empresa exporta estes tapetes para todo o mundo.
“A relação que temos com o exercício de transformar e criar com elementos reciclados é tão estimulante que facilmente ficámos apaixonados por este projecto”, explicou ao Green Savers Eduardo Carvalho, responsável pela Vianatece e pela marca LethesHome [pode ler a entrevista, na íntegra, em baixo].
A aposta da sustentabilidade da LethesHome não é greenwashing. A Vianatece compra o que as outras empresas têxteis consideram resíduos (ou desperdícios) e, com eles, constrói a sua matéria-prima.
“Começámos com os famosos tapetes de trapos e hoje apresentamos uma vasta gama de produtos contemporâneos e urbanos, satisfazendo as necessidades dos clientes actuais”, lembra Eduardo Carvalho.
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A produção da LethesHome tem o cuidado de utilizar os recursos de forma a minimizar qualquer impacto negativo no meio ambiente, não deixando de lado todas as mais-valias dos produtos feitos à mão, com matérias-primas recicladas. Finalmente, fornece artigos singulares e exclusivos com a sigla Made In Portugal, “apelando ao orgulho no consumo do que é produzido” no País.
Leia a entrevista exclusiva de Eduardo Carvalho ao Green Savers.
Todos os produtos produzidos pela Vianatece são feitos a partir de fibras recicladas, ou a LethesHome é apenas uma das vossas marcas?
A Vianatece é a fábrica onde produzimos todo o tipo de artigos têxteis para o lar, desde têxteis para cozinha, quarto ou sala, entre outros. Mas só os tapetes, almofadas e puffs são produzidos a partir de fibras têxteis recicladas. LethesHome são as nossas lojas de venda ao público (Porto – Rua Sá da Bandeira Nº90, Viana do Castelo – Praça da Republica Nº45, e Neiva – Zona Industrial 2ª Fase).
Como surgiu esta necessidade de criar produtos através de fibras têxteis recicladas?
Foi a vontade de criar e produzir coisas novas, gozando do prazer de transformar algo aparentemente dispensável num objecto bonito, agradável e útil. Esta experiência foi tão agradável que estimulou novos projectos e ideias. A relação que temos com o exercício de transformar e criar com elementos reciclados é tão estimulante que facilmente ficámos apaixonados por este projecto.
Têm previsto abrir mais lojas, em Portugal ou no estrangeiro? Onde?
Sim, estamos a pensar em abrir, num futuro próximo, mais uma loja LethesHome em Lisboa. Recentemente abrimos a nossa loja online em www.letheshome.com.
Como reagiram as empresas a quem vão buscar os tecidos aquando da primeira abordagem que tiveram?
A matéria-prima é comprada directamente a empresas que se destinam somente à recolha dos resíduos nas indústrias têxteis.
Têm ideia de quantos produtos feitos a partir de fibras têxteis recicladas vendem por ano?
Em média, e por ano, produzimos 192.000 m2 a partir de fibras têxteis recicladas.
Acredita que a sustentabilidade é um factor distintivo de sucesso no vosso negócio?
Sim, sem dúvida, a inovação aliada a uma boa prática ambiental é a chave do sucesso.
Que novidades podemos esperar da Vianatece e Letheshome para o futuro?
Continuaremos a tentar responder às necessidades de um mercado cada vez mais exigente, apelando ao bom senso das pessoas para o consumo do que é produzido em Portugal, e de que forma podem ajudar a reduzir os impactos ambientais com os seus hábitos de consumo. E está prevista a abertura de uma loja LethesHome em Lisboa, como já referi.