Empresas de tratamento de resíduos especiais lançam associação para resolver problemas do sector
Um conjunto de sete empresas de tratamento de resíduos especiais criaram uma Associação para resolver os problemas do sector, que tem os objetivos europeus em risco de incumprimento. A nova instituição “CÍRCULO – Associação pela Circularidade de Resíduos Especiais”, pretende conceder prioridade à Agenda dos Resíduos Especiais e à promoção de uma economia circular, foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, os resíduos especiais são resíduos diferentes dos resíduos urbanos e industriais não perigosos. “É mais eficiente e benéfico para o ambiente e para a saúde pública que os resíduos especiais sejam recolhidos, valorizados ou tratados num circuito separado da grande maioria dos outros resíduos”.
Hoje, Portugal está em risco de não cumprir diretivas europeias. Em particular: as metas fixadas para 2025 de preparação para a reutilização, de reciclagem de resíduos urbanos e de reciclagem de todos os resíduos de embalagens; também nos indicadores relativos à economia circular e à gestão de resíduos, em que o nosso país está muito abaixo da média da EU, não tendo cumprido a meta estipulada de reciclar 50% dos resíduos urbanos até 2020”. De acordo com um relatório do Eurostat, Portugal é o
quarto país da União com pior taxa de circularidade (média europeia: 11,7% e Portugal: 2,5%).
É com estas premissas e neste contexto que nasce esta Associação aberta à participação de todas as empresas que atuem nas diversas fileiras e tipologias de resíduos especiais.
Missão da associação
A “CÍRCULO – Associação pela Circularidade de Resíduos Especiais” promove a gestão “adequada e sustentável dos resíduos especiais, com foco na circularidade e no reforço da cadeia de valor, contribuindo para a utilização eficiente dos recursos e para a recuperação de matérias-primas secundárias, incluindo matérias primas críticas, reduzindo desta forma a dependência de recursos naturais escassos”.
Além disso, defende uma “rigorosa segregação dos resíduos e uma gestão adequada dos mesmos, assegurando a redução da perigosidade desses materiais por meio de técnicas adequadas de tratamento e destino final”.
Aposta na “criação de condições para que estes desafios sejam encarados como oportunidades para o surgimento de novos negócios, com incremento de valor” e defende um ambiente regulatório “transparente e equitativo, estável e previsível que promova a concorrência e as regras do mercado interno e favoreça o cumprimento dos princípios de gestão de resíduos das instâncias comunitárias, assegurando o cumprimento e a compliance”.
Pretende ainda, através de parcerias e sinergias industriais, “contribuir para a transição para uma economia de baixo carbono e ambiciona “ser um parceiro de referência na gestão dos resíduos especiais,
colaborando com o governo, entidades nacionais e internacionais, agentes políticos, ONGs e sociedade civil”.
Primeiras ações a serem desenvolvidas
O comunicado acrescenta que as primeiras ações a serem desenvolvidas são as seguintes:
- A sua divulgação, principalmente junto das empresas que se relacionem, direta
e indiretamente, com o tratamento de resíduos especiais; - Assegurar o correto tratamento dos resíduos especiais, em particular os POP’s;
- Fomentar a reciclagem e regeneração dos resíduos especiais;
- Promover a continuidade do modelo CIRVER, assegurando uma rigorosa
segregação dos resíduos perigosos; - Suscitar a discussão em torno da Lei do Solo, a sua correta classificação e a
elaboração do Atlas da Qualidade do Solo
As empresas fundadoras da Associação são a INTERECYCLING – Sociedade de Reciclagem, SA; EGEO – Tecnologia e Ambiente, SA, a ECODEAL – Gestão Integral de Resíduos Industriais, SA, a AVE – Gestão Ambiental e Valorização Energética, SA, a ECO-OIL – Tratamento de Águas Contaminadas, SA, a CORREIA & CORREIA – Gestão de Resíduos, SA e a CARMONA – Sociedade de Limpeza e Tratamento de Combustíveis, SA.
A Direção, que será composta por quatro elementos, terá como Presidente Ricardo Vidal (Interecycling), sendo os restantes lugares ocupados por Filipe Serzedelo (EGEO), Manuel Simões (ECODEAL) e Luís Realista (AVE).