Entomologista britânico recebe bolsa NSF para estudar insetos da Antártida



Uma equipa internacional de investigadores liderada por Nick Teets, da Universidade do Kentucky, recebeu mais de 700 000 dólares da National Science Foundation para estudar mosquitos na Antártida.

Três espécies de mosquitos são os únicos insetos que se sabe habitarem os ambientes extremamente frios e rigorosos da Antártida. O laboratório de Teets estuda uma das espécies, conhecida como mosquito da Antártida. É a única espécie de inseto endémica do continente e o maior animal terrestre que aí passa toda a sua vida.

O seu laboratório, localizado na Faculdade de Agricultura, Alimentação e Ambiente do Reino Unido, está especificamente interessado na forma como o inseto, que permanece congelado durante nove meses por ano, lida com fatores de stress ambiental extremos, incluindo temperaturas brutalmente frias e falta de água. Também está interessado em saber como as alterações climáticas do continente estão a afetar o inseto.

“As provas de estudos anteriores mostram que o mosquito antártico sobreviveu no continente desde o início”, afirmou Teets. “São um bom modelo para aprendermos sobre a história da Antártida e um bom modelo para os cientistas preverem como o continente responderá às alterações climáticas”, acrescentou.

Através da subvenção, o laboratório de Teets irá associar-se a cientistas do Reino Unido, Chile e França para continuar a estudar o mosquito da Antártida e compará-lo com três outras espécies de mosquito encontradas na Antártida ou em ilhas subantárticas.

Outros membros da equipa internacional são especialistas nas outras espécies de mosquito. Os investigadores do Reino Unido receberam um prémio de 300.000 libras (375.000 dólares) do Natural Environment Research Council para este projeto.

A equipa de investigação, que inclui a estudante de doutoramento em entomologia da Universidade do Kentucky, Leslie Potts, irá recolher mosquitos em locais novos e mais diversificados do continente.

O laboratório de Teets efetuará a análise genética dos mosquitos e fará comparações fisiológicas com outras espécies de mosquitos da Antártida e dos habitats circundantes no sul do Chile e no sul do Oceano Índico.

“Este projeto estabelecerá uma colaboração internacional a longo prazo entre investigadores com interesses comuns na genética, fisiologia e ecologia de insectos adaptados a condições extremas”, afirmou Teets.

Para além dos cientistas, a equipa de Teets incluirá Debbie Harner, a principal educadora de descoberta do Living Arts and Science Center em Lexington. Harner viajará para a Antártida e liderará os esforços de divulgação educacional para as escolas K-12 do continente e quando o grupo regressar ao Kentucky.

“A divulgação educativa é uma componente importante da nossa investigação, porque queremos partilhar os nossos resultados com a comunidade e entusiasmar as pessoas com a ciência”, afirmou Teets.

O projeto inclui também investigadores do Hendrix College e da Ohio State University.

Os cientistas partirão para a Antártida em fevereiro.





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