Erupções vulcânicas estão a ajudar a desacelerar o aquecimento global



As pequenas erupções vulcânicas são um dos factores que explicam o hiato no aumento do aquecimento global desde que começou o século XXI. De acordo com um estudo publicado esta semana na Nature, as erupções dificultam a passagem dos raios solares e compensam o aumento das emissões de gases com efeito estufa, o que tem contribuído para a manutenção da temperatura média da terra.

As erupções de pelo menos 17 vulcões desde 2000, incluindo o Nabro, na Eritreia, o Kasatochi, no Alasca e o Merapi, na Indonésia, expeliram enxofre, cujo efeito bloqueador dos raios solares foi amplamente ignorado até agora pelos climatólogos, refere o estudo.

O ritmo do aumento das temperaturas da superfície terreste tem diminuído desde 1998, um ano excepcionalmente quente. A explicação do hiato no aquecimento global pode ajudar a impulsionar um entendimento na próxima cimeira do clima das Nações Unidas, agendada para 2015 em Paris, para que evite mais cheias, secas, ondas de calor e aumento do nível da água do mar.

“Isto é uma história de detective complexa”, afirma Benjamin Santer, do Lawrence Livermore National Laboratory na Califórnia, investigador principal do estudo. “Os vulcões são parte da resposta [para o hiato no aquecimento] mas não existe nenhum factor isolado que seja responsável pelo hiato”, indica, cita o Guardian.

Apesar de as pequenas erupções vulcânicas registadas no início do século XXI terem ajudado para a diminuição do aquecimento global, as erupções não podem ser previstas com muita antecedência e as grandes erupções – tal como a do Monte Pinatubo nas Filipinas em 1991 – podem impedir a penetração dos raios solares durante anos, o que tem as suas consequências.

O estudo indica que os vulcões foram responsáveis por cerca de 15% da diferença entre o aquecimento global projectado e o experienciado neste século. Equalizando todos os factores, as temperaturas deverão continuar a aumentar porque as emissões de gases com efeito estufa continuam a bater novos recordes.

Foto: Guido Bramante / Creative Commons





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