Ervas marinhas libertam até 1 milhão de toneladas de sacarose
Uma nova investigação do Instituto Max Planck de Microbiologia Marinha descobriu que as ervas marinhas contêm uma grande quantidade de açúcar. Estima-se que estas libertem, em todo o mundo, entre 0,6 a 1 milhão de toneladas de sacarose, o equivalente ao açúcar presente em 32 mil milhões de latas de coca-cola.
De acordo com os dados recolhidos, esta quantidade está presente na rizosfera da pradaria, ou seja, o local onde o solo e as raízes entram em contacto. As substâncias libertadas pelas ervas, conhecidas como compostos fenólicos, impedem a degradação da sacarose e que esta saia das pradarias e seja convertida em dióxido de carbono (CO2).
“As ervas marinhas produzem açúcar durante a fotossíntese. Sob condições de luz média, estas plantas usam a maior parte dos açúcares que produzem para o próprio metabolismo e crescimento. Mas sob condições de muita luz, por exemplo, ao meio-dia ou durante o verão, as plantas produzem mais açúcar do que podem usar ou armazenar. Como tal, libertam o excesso de sacarose na rizosfera”, explica Nicole Dubilier, diretora do Instituto.
As pradarias marinhas, compostas por várias espécies de plantas e animais, são fundamentais para a retenção de carbono. Cada quilómetro quadrado de ervas marinhas armazena 35 vezes mais rápido e quase o dobro do carbono, quando comparada a mesma função a uma floresta.
“Os nossos cálculos mostram que se a sacarose na rizosfera das ervas marinhas fosse degradada por micróbios, pelo menos 1,54 milhões de toneladas de dióxido de carbono seria libertado na atmosfera”, refere o autor Manuel Liebeke. “Isto é aproximadamente equivalente à quantidade de dióxido de carbono emitida por 330.000 carros num ano”, alerta.
Os autores consideram que este estudo vem complementar tantos outros que defendem a importância que as pradarias marinhas têm para a vida no Planeta, graças à sua função de captura de carbono, e a necessidade de as proteger, já que estão entre os habitats mais ameaçados a nível global.