Eslovénia vai receber apoio europeu de 400 ME para fazer face às piores cheias em 30 anos

A presidente da Comissão Europeia anunciou ontem um apoio de 400 milhões de euros imediatos para ajudar a Eslovénia a recuperar das piores cheias da história recente do país, que provocaram pelo menos seis mortes.
Ursula von der Leyen deslocou-se ontem ao país para testemunhar os danos provocados pelas inundações ocorridas nos últimos dias, consideradas as piores dos últimos 30 anos.
“Quis ver com os meus próprios olhos o impacto massivo deste desastre e foi desolador ver a devastação que a chuva, as cheias e os deslizamentos de terra provocaram. Fazemos o luto pelos que morreram, mas também pudemos ver a solidariedade (…), quero dizer ao povo esloveno: a Europa está convosco”, sustentou von der Leyen, ladeada pelo primeiro-ministro esloveno, Robert Golob.
Depois de uma visita a várias áreas afetadas pelas cheias, Ursula von der Leyen – acompanhada pelo comissário para a gestão de crises, o esloveno Janez Lenarcic – anunciou uma assistência de 400 milhões de euros a fundo perdido para que o país consiga reerguer-se.
“Isto é demonstrativo da nossa solidariedade, que é uma das virtudes dos eslovenos”, declarou.
Deste total, 100 milhões estarão disponíveis este ano e o resto em 2024.
A Comissão Europeia também anunciou que até dia 21 de agosto a Eslovénia pode requisitar até 2,7 mil milhões de euros em empréstimos ao abrigo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que podem ser utilizados na reconstrução.
A Eslovénia também pode recorrer a fundos de coesão até ao valor de 3,3 mil milhões de euros, referiu ainda a líder do executivo comunitário, depois de se inteirar sobre a situação no terreno com as equipas de busca e salvamento, bombeiros e outros profissionais envolvidos.
A Eslovénia foi assolada na semana passada pelas piores cheias dos últimos 30 anos, que desalojaram milhares de pessoas e provocaram pelo menos seis mortos, apesar de as equipas de busca e salvamento continuarem a procurar pessoas desaparecidas.
O Governo esloveno, que admitiu danos na ordem dos 500 milhões de euros, pediu ajuda à União Europeia (UE) e à NATO para conseguir responder às consequências do desastre natural.
Países como França, Alemanha, Áustria, República Checa, Croácia e a Eslováquia já forneceram “equipamento e abastecimentos essenciais”, nomeadamente escavadoras e respetivas equipas.
Durante a visita de hoje, Ursula von der Leyen recordou que, em outras circunstâncias, os eslovenos foram dos primeiros a responder aos pedidos de ajuda e a enviar equipas, dando como exemplo as cheias registadas em Itália no início do ano.