Especialista critica falta de fiscalização de reserva marinha em Santa Maria



A cientista Alice Soccodato, do Centro Europeu de Recursos Biológicos Marinhos, alertou ontem que a zona de reserva marinha Baixa do Ambrósio, em Santa Maria, Açores, “não está protegida”, criticando a falta de “restrições” e de “fiscalização”.

Numa mensagem hoje divulgada, a especialista avisa que aquele “pequeno monte submarino junto à costa da ilha” de Santa Maria “ainda não está protegido”, apesar de registar uma “incrível diversidade de grandes pelágicos”.

Alice Soccodato realça que a “diversidade” de espécies, como os tubarões-baleia, jamantas, atuns, leões, barracudas, golfinhos e baleias faz da Baixa do Ambrósio “uma singularidade para as águas europeias”.

“As regulações estão sujeitas às pequenas autoridades locais sem bases científicas e económicas para os esforços eficientes de conservação e valorização dos recursos marinhos”, escreve a cientista.

Alice Soccodato alerta que naquela área marinha, bastante frequentada por mergulhadores, “não existe nenhuma restrição completa”, nem “fiscalizações aos barcos de pesca”.

“Podes estar a mergulhar no oceano com o motor de um barco de pesca a menos de 10 metros da tua cabeça num lugar sujeito a fortes correntes repentinas”, lê-se na mensagem.

A especialista defende que essas situações são “inaceitáveis” para um país que pretende criar a “maior área protegida do oceano atlântico” e pede um “programa sério e consistente que inclua atores científicos, empresariais e políticos” para proteger a biodiversidade marinha.

“Os líderes políticos e económicos locais de Santa Maria estão cegos para a importância da indústria do mergulho para esta pequena ilha, onde não há uma alternativa consistente de receitas, nem mesmo nos serviços turísticos”, condena.

A Baixa do Ambrósio está localizada a cerca de 40 minutos da marina de Vila do Porto, em Santa Maria e é um dos locais de mergulhos mais visitados dos Açores.





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