Espécies invasoras estão a colocar parques nacionais em perigo, alerta a Quercus



O alerta foi lançado pela associação ambiental Quercus:  as conhecidíssimas acácias australianas, principalmente a acácia-mimosa ou mimosa (Acáciadealbata) e a acácia-de-espigas (Acacialongifolia) que ocupam já milhares de hectares em Portugal, estão a ameaçar as espécies autóctones do Parque Nacional da Peneda-Gerês. A Quercus pede assim mais investimento no seu controlo e erradicação.

A chamada de atenção da associação ambiental realça que “o único parque nacional português está a perder a guerra contra as árvores invasoras de origem australiana” que deixam nos solos milhões de sementes por hectare e se mantêm viáveis durante décadas, prontas a germinar em qualquer altura, em especial após os incêndios.

Segundo a Quercus, a mimosa é uma das invasoras mais preocupantes em todo o mundo, especialmente em Portugal. Esta ocupa já mais de 1.000 hectares no Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma área que poderá ser maior, pois não há medições actualizadas.

“Para evitar danos ainda mais sérios na biodiversidade do Parque da Peneda-Gerês, é necessária a erradicação de novos focos de invasão e, acima de tudo, o controlo ou eliminação das populações de invasoras já estabelecidas”, argumenta esta associação de defesa do ambiente. A Quercus pede assim ao Estado que aumente o investimento financeiro para combater o domínio das espécies exóticas, já que, “actualmente, o investimento no controlo das invasoras lenhosas nas áreas protegidas é quase nulo”.

Esta associação defende ainda uma aposta na educação e sensibilização e a criação de instrumentos legais que impeçam a proliferação destas espécies, que produzem muito material combustível, contribuindo para os incêndios florestais. Por outro lado, o fogo estimula a germinação das sementes desta espécie que, depois de um incêndio, “invade rapidamente as áreas ardidas”, segundo os ambientalistas.

Foto: via Creative Commons 





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