Estados Unidos está a criar cofre-forte do armazenamento genético de animais
O Centro de Biociência Regenerativo da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, está a construir um espaço de armazenamento genético – ou zoo congelado, como lhe chama o Quartz – que poderá um dia proteger espécies em vias de extinção.
Os pesquisadores estão a retirar células da pele de animais em perigo de extinção – de forma não-invasiva, leia-se – a a congelá-las em tanques de nitrogénio líquido. Mais tarde, eles esperam reprogramá-las em células estaminais que lhes permitam, no futuro, tornarem-se espermatozóides ou óvulos.
O centro já tem células de um tigre da Sumatra de cativeiro, que morreu em 2010, e um leopardo-nebuloso que morreu em 2013. O próximo animal a entrar no zoo congelado é uma pantera da Florida.
Os génes das células serão preservados de forma perfeita, mesmo que, em teoria, passem centenas de anos. Ainda assim, estas células poderão ainda ser utilizadas quando forem descongeladas.
“Tenho a certeza que [este sistema] vai funcionar”, explicou ao Quartz Franklin West, professor de vida selvagem e líder do projecto. Ele e a equipa de investigadores tomaram uma decisão, pouco ortodoxa para a comunidade científica, de lançar uma campanha de financiamento colectivo para o projecto, em detrimento de concorrerem a um financiamento para pesquisa.
A missão do Centro de Biociência Regenerativo será, em teoria, idêntica ao do cofre de sementes construído no Árctico: funcionar como um cofre-forte de biodiversidade, em caso de as conjunturas dantescas e hipotéticas se tornarem em realidade.
Foto: Charles Barilleaux / Creative Commons