Este papagaio faz cálculos de matemática para obter alimentos
Num artigo publicado na última edição da revista científica Nature Communications são apresentadas as primeiras provas que demonstram que os papagaios-da-nova-zelândia (Nestor notabilis), também conhecidos por Kea, são muito inteligentes.
No primeiro teste, os cientistas utilizaram dois recipientes transparentes, para que o interior fosse visível. Cada um com dois tipos de tokens. Os papagaios tinham sido treinados e sabiam que as pretas podiam ser trocadas por comida. Já as laranjas não mostravam nenhuma utilidade. No primeiro recipiente, havia uma superioridade das pretas; no segundo, das laranjas. Os investigadores retiravam um token de cada recipiente e o Kea deveria escolher. A mão mais escolhida foi a do recipiente onde predominavam os tokens pretos, o que demonstrou a capacidade de analisar quantidades relativas.
O segundo teste utilizou a mesma lógica, mas desta vez, foi adicionada uma barreira no meio dos recipientes. A proporação de tokens pretos e laranjas na parte superior e inferior era distinta. E só tinham acesso à divisão superior do vaso. Ficou demonstrado que o papagaio escolhia o recipiente com maior proporção de peças pretas no interior.
O terceiro teste analisou a observação dos papagaios. Uma pessoa mostrava aos papagaios que tinha preferência em retirar do recipiente tokens pretos e outra dava a entender que náo tinha essa preferência. O Kea acabava por escolher a pessoa que tinha demonstrado preferência pelas peças pretas.
O kea é uma espécie exclusiva da Nova Zelândia que mede, em média, 48 cm de comprimento e atinge cerca de 900 gramas. Habitam nas florestas e alimentam-se de insetos, raízes ou bagas. São conhecidos pela sua inteligência e curiosidade e já foram observados a trabalhar em grupo para completar uma tarefa. As aves são classificadas como “vulneráveis” pela International Union for Conservation of Nature (IUCN).