Estratégia alimentar da AMLisboa quer valorizar produtos locais e reduzir circuitos
A promoção de produtos locais e a redução dos circuitos longos de distribuição são alguns dos objetivos da estratégia para a transição alimentar na Área Metropolitana de Lisboa, divulgada quarta-feira.
O documento foi desenvolvido pela Área Metropolitana de Lisboa (AML) e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), em colaboração com o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, o secretário metropolitano Filipe Ferreira explicou que o objetivo da estratégia passa por “definir ao nível regional uma política alimentar que seja capaz de integrar áreas diferenciadas, como o ordenamento do território, agricultura, ambiente e ação climática, tornando-a mais sustentável e resiliente”.
“Nos últimos anos tem-se colocado muita pressão sobre os circuitos alimentares. Em primeiro lugar, as questões ligadas à [pandemia de] covid e, agora, as questões ligadas à invasão da Ucrânia. Essas questões vieram colocar em cima da mesa e na agenda política a necessidade de repensarmos os sistemas alimentares”, justificou.
Nesse sentido, sintetizou, a estratégia é uma forma de “afirmação da região, de apostar no desenvolvimento sustentável e de dar resposta às necessidades e aos choques externos”.
O responsável da AML ressalvou que este é “apenas o pontapé de saída” de um processo que “terá de ser ainda discutido com os diferentes parceiros”, exemplificando, contudo, algumas questões práticas que pretende mudar.
“Eu diria que um dos principais desafios que nós temos de responder é como é que nós podemos aumentar os circuitos curtos de distribuição. É insustentável trazermos produtos milhares e milhares de quilómetros por avião. Temos de apostar numa lógica correta de apoio à produção, de colocar mais eficiência na própria distribuição e até de apostar na sustentabilidade do consumo”, defendeu.
Filipe Ferreira referiu ainda que outro dos objetivos da estratégia passa por “promover e valorizar mais os produtos locais”, sublinhando a importância das cantinas escolares nessa valorização.
“Nós temos aqui produção local de excelência que importa valorizar, não só pela qualidade dos seus produtos, mas também pelos ganhos ambientais de sustentabilidade que teremos”, argumentou.
Fazem parte da AML os concelhos de Alcochete, Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira.