Estudo alerta: dentro de 100 anos os maiores animais do mundo estarão extintos



Os números são assustadores: dentro de 25 anos os elefantes da África podem estar extintos; em menos de uma década os gorilas podem desaparecer por completo; e o rinoceronte negro-ocidental é já uma espécie prestes a desaparecer – no mundo há apenas três exemplares desta espécie. Alguns dos maiores animais do mundo estão assim em risco eminente de extinção.

Uma investigação levada a cabo por 43 cientistas especialistas na vida animal selvagem lança o alerta: é preciso tomar medidas drásticas e imediatas à escala mundial, se ainda queremos uma hipótese para salvar estas icónicas espécies selvagens.

“Fizemos este estudo como um alerta para os cidadãos de todo o mundo”, explica William Ripple, responsável da investigação e professor na Oregon State University. Já em 2014 e 2015, Ripple tinha chamado à atenção para risco alarmante de desaparecimento destes animais. “Com este trabalho tínhamos dois objectivos essenciais: educar as pessoas para as sérias ameaças a que estes animais estão sujeitos e esperar que acções concretas fossem tomadas.”

E os dados agora revelados na revista BioScience não deixam margem para dúvidas: 59% dos grandes carnívoros, caso dos tigres de Bengala, e 60% dos herbívoros, como por exemplo os gorilas do ocidente ou os rinocerontes brancos, poderão muito em breve desaparecer. O Sudeste Asiático e a África subsariana, locais com grande parte da biodiversidade global, estão especialmente em risco.

Para analisar esta situação importa perceber que os animais de maior porte estão mais sujeitos aos riscos do meio ambiente. E há vários factores que explicam isto: estes animais reproduzem-se mais lentamente; precisam de mais espaço para sobreviver do que os animais mais pequenos, por isso à medida que a agricultura e o desenvolvimento se expandem, o seu habitat natural diminui; e por fim, há uma probabilidade maior destes animais serem mortos por humanos, seja para consumo da carne, pelo marfim, ou porque são vistos como uma ameaça ao bem-estar do Homem. E este último ponto é de extrema importância no combate à extinção das espécies selvagens. “Muitos destes animais estão a morrer e somos nós que os estamos a matar directamente”, conta Ripple ao site Fastcoexist.

No entanto, o cientista acredita que ainda é possível salvar a grande maioria destes animais, mas para isso terá de existir uma verdadeira coordenação a nível mundial, e isso começa com o cidadão comum a dizer ao governo do seu país que quer ver a mudança acontecer.  “No passado, os humanos conseguiram feitos históricos em épocas de crise. Se este assunto for visto como uma prioridade global e havendo vontade política, ainda vamos a tempo de salvar estes animais”, diz Ripple com esperança.

Foto: Eva Buijs / Creative Commons

 





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