Estudo: viajar em auto-estrada é 5% mais barato do que noutras estradas portuguesas



Mesmo com o pagamento de uma portagem, a viagem numa auto-estrada, em Portugal, consegue ser mais barata em 5% que a mesma rota, num automóvel, numa outra via rodoviária.

Esta é a principal conclusão de um estudo apresentado hoje, em Lisboa, pela consultora TIS (Transportes, Inovação e Sistemas).

O estudo foi encomendado pela APCAP (Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Auto-Estradas ou Pontes com Portagens) e compara a circulação automóvel em autoestrada e vias não-portajadas, em três níveis: rapidez, economia e segurança.

É no aspecto da segurança que o estudo causa maior impacto. As taxas de sinistralidade rodoviária em 10 percursos portajados são consideravelmente inferiores às mesmas taxas observadas nos itinerários alternativos. Na verdade, estas taxas encontram-se 70% abaixo nos itinerários por autoestrada, quando comparados com os itinerários alternativos.

Em relação ao custo da viagem, por outro lado, foram avaliados três componentes. O do custo do tempo despendido na viagem – foi encontrado um valor simbólico de €3 por passageiro/hora, sendo que o estudo colocou dois passageiros em cada simulação –; o do custo operacional do veículo, que incluiu o custo com o combustível e desgaste do veículo (travões, amortecedores, por exemplo) –; e o custo da portagem.

“Há uma quebra de rendimento, nos últimos três anos, e as famílias têm menos disponibilidade para viajar”, explicou Vasco Colaço, da consultora TIS, que comentava a quebra acentuada do tráfego rodoviário em Portugal, nas auto-estradas e outras vias rodoviárias.

Segundo o responsável, as pessoas têm e terão, “cada vez mais, a noção do custo da portagem”, pelo que este estudo vai ajudá-las a tomar uma decisão informada.

Sem surpresas, concluiu-se que a opção autoestrada representa uma poupança considerável no tempo da viagem, quando comparada com a opção rodoviária alternativa. Esta redução é, por vezes, superior a metade do tempo necessário para efectuar a viagem nas alternativas consideradas.

Em relação à distância, a escolha do itinerário por autoestrada representa uma poupança no que diz respeito à distância percorrida, que chega a ser de 10%.

Também o consumo de combustível é menor nas auto-estradas, com uma redução na ordem dos 25% do consumo global, devido à prática de velocidades mais elevadas nestas – aumento de 10% -, de velocidades mais estáveis – aumento de 25% – e da menor distância percorrida no trajecto respectivo – poupança de 10%.

Assim, e ponderando todos os custos considerados na análise, o estudo conclui que o itinerário auto-estrada apresenta, na generalidade, um custo inferior às alternativas, em média, de 5%.

Primeiro estudo em Portugal

Este foi o primeiro estudo, em Portugal, que analisou os custos de viajar em auto-estrada e outras vias rodoviárias. De acordo com José Costa Braga, presidente da APCAP, o objectivo não é ganhar mais clientes para as auto-estradas, mas ajudar na tomada de decisão.

“A ideia sofismática de que viajar em auto-estrada é mais caro é mentirosa. E agora está provada cientificamente”, avançou o responsável.

O estudo identificou dez percursos: Leiria-Mira, Porto-Valença, Lisboa-Porto, Lisboa-Albufeira, Lisboa-Tróia, Braga-Apúlia, Cascais-Mem Martins, Espinho-Valongo, Santarém-Peniche e Lisboa-Nazaré. Nas próximas horas colocaremos o estudo, na íntegra, online.

Foto: Sob licença Creative Commons





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