Etiópia, Egito e Sudão regressam às negociações sobre barragem no Nilo



Etiópia, Sudão e Egito vão sentar-se à mesa entre 03 e 05 de abril em Kinshasa para uma reunião tripartida sobre a controversa construção por Adis Abeba de uma barragem no Nilo, contestada pelo Cairo e Cartum.

Os chefes da diplomacia dos três países vão ser recebidos pelo Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Felix Tshisekedi, que detém a presidência rotativa da União Africana (UA) desde fevereiro, confirmaram fontes congolesas à agência France-Presse.

A reunião “deverá, salvo alguma alteração, ser realizada na presença de Felix Tshisekedi e do presidente da Comissão da UA, Chadian Moussa Faki Mahamat”, noticiou o semanário “Jeune Afrique”.

Um conselheiro do Ministério dos Negócios Estrangeiros congolês confirmou que a reunião deverá ser presidida por Tshisekedi.

No início de março, o Egito e o Sudão propuseram à RDCongo que liderasse uma mediação que relançasse as negociações sobre a barragem controversa que está a ser construída pela Etiópia no Nilo Azul.

A Barragem da Grande Renascença Etíope (GERD, na sigla em inglês), destinada a tornar-se a maior instalação hidroelétrica de África, tem sido uma fonte de tensão desde o seu lançamento, em 2011, entre a Etiópia, por um lado, e o Sudão e o Egito, situados a jusante, por outro.

O Egito, que depende do Nilo para cerca de 97% da sua irrigação e água potável, vê a barragem como uma ameaça ao seu abastecimento de água.

O Sudão receia que as suas barragens possam ser danificadas se a Etiópia continuar, como até aqui, a encher a GERD antes de um acordo.

Em contrapartida, a Etiópia argumenta que a energia hidroelétrica gerada pela barragem será vital para satisfazer as necessidades energéticas dos seus 110 milhões de habitantes.





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