EUA: a história dos 89 cães resgatados do deserto Mojave
A Arwen é uma cadela de 10 anos de idade, um dos 89 cães resgatados de uma situação deplorável de más condições nos Estados Unidos. A sua história começa no deserto de Mojave, a três horas de carro de Los Angeles, onde uma coleccionadora não tinha tempo para cuidar das centenas de animais que abrigava.
No Inverno, com a descida das temperaturas e a neve a tomar conta da região, a estadia dos 89 cães no exterior, sem água ou comida suficiente, tornou-se insustentável. Arwen viveu numa gaiola, no meio do deserto, durante anos até que, em Janeiro, a Karma Rescue a salvou, após o pedido de ajuda da mulher que recolhia e cuidava dos animais que encontrava.
Os animais não tinham abrigos – estavam completamente expostos ao sol, vento, chuva ou neve. A maioria das jaulas não era limpa e estava coberta de fezes. Quanto aos animais, estavam famintos.
Na operação de resgate dos cães em segurança – que envolveu 20 organizações e socorristas independentes –, a cadela Arwen destacou-se. Estava tímida e assustada – o seu contacto com pessoas havia sido tão pequeno que a cadela nem sabia como reagir à interacção humana. De imediato, os voluntários perceberam que algo de errado se passava com os seus olhos. Estavam completamente vermelhos, inchados e inflamados. A razão foi provavelmente os duros ventos desérticos carregados de areias que os agrediram de forma sistemática, revela o Huffington Post.
Alex foi a voluntária que se disponibilizou a cuidar da Arwen. Quando a cadela teve contacto com um veterinário, percebeu-se que o problema ocular era bastante grave – exigiria uma cirurgia ocular dolorosa, de modo a remover o tecido inflamado dos olhos. Avançaram com o processo e a quantidade de tecido removido foi perturbador, até para os médicos – do tamanho de uma cereja em cada olho.
Os dentes eram outro problema – estavam desfeitos. A cadela tinha passado muito tempo a roer as cercas de arame da jaula a que esteve confinada, possivelmente por fome ou tédio.
Arwen também tinha o hábito, impregnado de stress e nervosismo, de andar constantemente dum lado para o outro. Mesmo com todo o novo espaço que Alex lhe disponibilizava, o animal não conseguia aceitar dispor de um largo espaço seguro e confortável onde circular livremente.
Com o passar do tempo, os olhos da Arwen melhoraram. Com um pouco mais de tempo, o seu ritmo também acalmou e aprendeu a sentir-se mais confortável na nova casa. A cadela aprendeu a relacionar-se com as pessoas e tornou-se inseparável da sua nova mãe adoptiva. Com a orientação da dona e a do seu outro pitbull, Keiko, a cadela aprendeu a ser de novo um cão saudável.
A história da Arwen é recorrente por todo o mundo, à medida que as pessoas insistem em abandonar os seus animais de estimação. Graças a alguns grupos de protecção e aos seus voluntários, ainda há esperança para alguns. Mesmo para aqueles que passam anos em sofrimento, sem ninguém que cuide deles e ainda os maltrate.
Aqui o final é feliz e inspirador. Alex não hesita em dizer que Arwen é um “cão perfeito”.