EUA já tem 46,2 milhões de pobres, mas os mais ricos escaparam ao pior da recessão económica
Nunca tantos norte-americanos viveram na pobreza como hoje, de acordo com pesquisas que há 50 anos analisam o nível de vida da população dos Estados Unidos.
Em 2010, 46,2 milhões de norte-americanos encontravam-se abaixo do limiar da pobreza, que é calculada a partir de um rendimento anual de €16.326 (R$ 38.052), para as famílias, e de €8.149 (R$18.995), para os indivíduos.
Hoje, a taxa de pobreza dos Estados Unidos situa-se nos 15,1%, a maior desde 1993 e quase mais 1% que em 2009. A taxa de desemprego chegou aos 9,1%.
“Uma taxa de pobreza de 15,1% é um número verdadeiramente extraordinário. Estamos a entrar num território muito parecido àquele que havia antes de começarmos a lutar contra a pobreza, nos anos 60. É incrível”, explicou, ao Financial Times, Alice O’Connor, professora e investigadora de temas relacionados com pobreza da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.
Segundo a responsável, a retoma económica deixou claramente de parte a classe mais pobre da população norte-americana. Ao contrário, porém, da classe alta. De acordo com o inquérito anual da Ipsos Mendelsohn, o número de famílias a receber mais de €73.000 (R$ 170.000) por ano subiu de 44,1 milhões para 44,2 milhões.
Segundo Bob Shullman, presidente da Ipsos Mendelshon, para os mais ricos o mercado “estabilizou”.