EUA: parques eólicos apresentam proposta controversa para matar águias



Nos Estados Unidos, alguns produtores de energia eólica parecem estar a causar o descontentamento em diversas frentes, com uma proposta polémica: a de serem autorizados, pelo governo federal, a matar águias e outras espécies protegidas com as suas turbinas.

Por todo o país, 14 projectos eólicos pediram permissão ao Fish and Wildlife Service para ferir ou matar um certo número de águias por ano. A proposta inclui quatro parques eólicos na Califórnia, um em Minnesota e outro em Oklahoma.

O projecto de Oklahoma poderia ser o primeiro no país a receber essa autorização. A empresa por detrás dele, a Wind Capital Group, quer permissão para matar até três águias anualmente, durante 40 anos, no seu parque com 94 turbinas.

A tribo de nativos americanos na região já se manifestou em protestos, tal como alguns grupos de conservação. A águia é uma figura sagrada e simbólica para os Osage e a área-alvo do projecto eólico contém uma elevada população de águias.

A administração Obama tem levado ao abrandamento das medidas de conservação da vida selvagem, de modo a facilitar o desenvolvimento da energia eólica – está a tentar desimpedir o caminho para a criação de energia renovável, apesar dos perigos para as espécies protegidas que isso acarreta.

Em 2009, a proibição de matar águias – deliberada ou inadvertidamente – foi mesmo anulada para os criadores de energia eólica. Em causa agora está o prolongamento da duração dessas autorizações de cinco para 30 anos.

Os ambientalistas, naturalmente, não querem que qualquer ave protegida seja morta em nome da energia renovável. Mas os interessados na questão colocam a seu favor o consumo excessivo dos combustíveis fósseis do planeta, apontando como um exagero o motim feito em torno das mortes dos animais.

A organização sem fins lucrativos American Bird Conservancy defende, contudo, que pássaros e energia eólica podem coexistir em harmonia – isso apenas obrigará a um trabalho árduo de pesquisa cuidadosa e regulamentos federais, trabalho que as empresas não querem ter.

Os dispositivos de criação de energia devem ser criados a pensar neste cenário, com monitorização de aves que permita reduzir a mortalidade dos animais e a perda de habitat. Depois de tantos esforços de conservação, nenhum activista quer que a águia se torne numa figura de oposição a um mundo mais ecológico.





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