EUA: porque é que os traficantes de droga adoram autocarros?



Na noite de segunda-feira, a polícia de Burlington, em Vermont, Estados Unidos, prendeu um dos passageiros de um grande autocarro, vindo de Nova Iorque, por posse de cocaína (valendo entre cerca de 1 300€ e 1700€, correspondente a R$3 mil e quase R$6 mil).

Esta foi a quinta apreensão de drogas que a polícia de Burlington realizou na estação de autocarros da Universidade de Vermont, nos últimos oito meses. Tal evidencia que os autocarros são muito populares no meio dos traficantes.

Segundo o The Atlantic Cities, esta devoção dos traficantes pelos autocarros é simples de explicar: o transporte aéreo será sempre a pior opção. É preciso manter a calma ao passar pelo controlo de segurança e rezar para que as imagens da bagagem não despertem curiosidade.

E que tal via comboio, pela Amtrak? Aqui, cada um trata da sua própria bagagem e não passa por sensores. A Amtrak analisa muita informação relativa aos passageiros, até mesmo se pagaram o seu bilhete em dinheiro. Também há cães em algumas estações os quais, provavelmente, só cheiram bombas, não drogas.

Outra opção é o automóvel. Sem bilhetes, controlo de bagagem, cães de busca de drogas… a menos que seja mandado parar. Aí sim, é muito provável que haja cães treinados para detecção de drogas.

O que nos leva ao autocarro, que não coloca nenhum destes problemas. Os bilhetes são baratos e podem ser comprados em dinheiro, sem dizer nada sobre si à companhia de autocarros. Companhias como a Bolt Bus até permitem aos passageiros comprar bilhetes em dinheiro, directamente ao condutor. Quando se embarca, não há nenhum sistema para assegurar que somos quem dizemos ser e os passageiros não querem saber uns dos outros. A bagagem é colocada no autocarro pelo próprio passageiro, podendo esconder o que transporta e, a seguir, dormir uma sesta.

Os traficantes de droga têm conhecimento disto e é por isso que adoram autocarros. Os polícias de droga também conhecem este sistema, mas não podem fazer muito para o evitar.

Quando lhes é permitido, os polícias podem entrar no autocarro e falar com os passageiros. Até podem estar à paisana para apanharem pessoas que pareçam nervosas ou que segurem com demasiada firmeza a bagagem. Mas, ultimamente, o sistema de autocarros norte-americano, ao contrário do aeroporto e da estação de comboios, é demasiado anónimo e casual para os polícias.

O The Atlantic Cities acaba o artigo de forma conselheira A única maneira segura de traficar drogas é não fazê-lo – no entanto, ao tentar explicar esta estranha relação entre o tráfico de droga e a mobilidade, o agregador assegura: também aqui, o autocarro sai a ganhar.





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