EUA prometem apoiar a Amazónia com “recursos vultosos”



O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin recebeu ontem o enviado especial dos Estados Unidos da América (EUA) para as alterações climáticas, John Kerry, que disse estar comprometido a procurar recursos públicos e privados para apoiar a proteção da Amazónia.

“John Kerry não definiu o valor, mas disse que vai-se empenhar junto ao Congresso americano, governo e iniciativa privada dos Estados Unidos para que o Brasil tenha recursos vultosos”, disse Alckmin, citado pela imprensa local, após a reunião com John Kerry em Brasília, no Palácio Itamaraty.

Além de Geraldo Alckmin e John Kerry, participaram ainda da reunião a ministra do Ambiente do Brasil, Marina Silva, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, responsável pelo fundo da Amazónia.

O vice-presidente brasileiro garantiu que os EUA não esperam nada em contrapartida com esta ajuda financeira.

“O compromisso do Brasil já ficou claro na presença do Presidente Lula [da Silva] no encontro com o Presidente Joe Biden. O compromisso do Brasil de ser o grande protagonista no combate às mudanças climáticas”, frisou.

O vice-presidente não especificou se a possível cooperação financeira seria oferecida no âmbito do Fundo Amazonas, criado com doações da Noruega e da Alemanha e destinado a financiar ações contra a desflorestação no maior pulmão verde do planeta.

A eventual participação dos EUA neste fundo, que tem um orçamento cerca de mil milhões de euros, teria de ser aprovada pelo Congresso dos EUA, mas Alckmin sugeriu que a cooperação bilateral poderia também envolver outras áreas.

“Temos projetos na área humanitária, apoio às comunidades indígenas, contra a desnutrição, a desflorestação e a luta contra organizações criminosas” que operam na Amazónia, bem como outros que visam “proporcionar novas oportunidades de rendimento aos 28 milhões de pessoas que vivem naquela região”, explicou.

Segundo fontes oficiais brasileiras, a visita de Kerry visa dar “seguimento imediato” ao que foi discutido em Washington pelos presidentes Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva, que estiveram juntos na Casa Branca no dia 10 com uma agenda de alto conteúdo ambiental.

Kerry estará no Brasil durante dois dias e a sua agenda inclui também reuniões com outras autoridades governamentais, representantes do parlamento e organizações da sociedade civil que trabalham na Amazónia e em outros ecossistemas do país.

Do Brasil, o alto funcionário norte-americano deslocar-se-á ao Panamá, onde participará na conferência Our Oceans, que reunirá delegações de governos, empresas privadas e da sociedade civil durante três dias.





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