Europa e Estados-Membros unidos para tornar o biometano um pilar da segurança energética e da competitividade



Com o objetivo de reforçar a segurança energética e a competitividade industrial da Europa, instituições europeias, representantes dos Estados-Membros e principais agentes do setor reuniram-se, ontem, em Paris para a Biomethane Connect Europe 2025, um evento realizado no âmbito da Presidência polaca da União Europeia. O encontro sublinhou a importância do biometano como um vetor essencial para a independência energética, destacando o compromisso da Presidência polaca em acelerar a sua adoção na matriz energética europeia, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, a conferência contou com a presença da Gas Distributors for Sustainability (GD4S), associação que reúne onze dos principais operadores de distribuição de gás em nove países da União Europeia, entre os quais a Floene, o maior operador de redes de distribuição de gás em Portugal.

Representando 41% do mercado europeu de gás, a GD4S tem desempenhado um papel ativo na promoção dos gases renováveis e na defesa da criação de um quadro regulatório que permita a sua integração eficaz nas infraestruturas existentes.

A GD4S defende que o biometano deve ser reconhecido como um pilar da transição energética europeia. A associação destaca a urgência de um quadro regulatório estável e coerente, essencial para eliminar barreiras que dificultam a injeção de biometano nas redes de gás e garantir que este gás renovável seja plenamente integrado nos mecanismos de mercado como um vetor de descarbonização.

Recorde-se que, o plano REPowerEU, lançado pela Comissão Europeia em 2022, estabeleceu a meta de produzir 35 mil milhões de metros cúbicos de biometano até 2030, representando cerca de 20% do consumo total da União Europeia.

O compromisso da Presidência polaca em impulsionar a adoção do biometano foi um dos pontos centrais da conferência, refletindo a necessidade de uma estratégia europeia coordenada para acelerar o desenvolvimento deste setor.

Nesse sentido, a GD4S sublinha a importância de definir metas nacionais específicas, alinhadas com a capacidade de produção e as necessidades energéticas de cada país, garantindo que a ambição do plano REPowerEU se traduza em medidas concretas a nível local.

Gabriel Sousa, CEO da Floene, reforçou a relevância do biometano para Portugal e para a sua independência energética: “O desenvolvimento do biometano representa uma oportunidade única para reforçar a independência energética do país e reduzir emissões. Com uma rede de gás preparada para a transição e um potencial significativo de produção de biometano, o país pode assumir um papel de liderança nesta área. Mas para que isso aconteça, é fundamental um quadro regulatório que promova o investimento e assegure a competitividade do biometano como uma fonte de energia sustentável e acessível.”

Além da definição de metas nacionais, a GD4S defende a implementação de incentivos financeiros e mecanismos de apoio ao investimento, assegurando o desenvolvimento de infraestruturas adequadas para a injeção de biometano nas redes de gás.

A associação destaca também a necessidade de garantir a neutralidade tecnológica, permitindo que consumidores – domésticos, industriais e municipais – tenham liberdade para escolher as soluções de descarbonização mais adequadas às suas necessidades, seja através da eletrificação, do uso de gases renováveis ou de outras fontes de energia sustentável.

 






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