Existe (ainda) um continente livre de coronavírus



A Organização Mundial de Saúde declarou a 30 de janeiro um estado de emergência de saúde pública, de forma a preparar os países para a prevenção do coronavírus, que já contava com alguns casos fora da China.

Kelly Hogan, uma cientista britânica, vê-se isolada da família e do resto do mundo num lugar onde o coronavírus ainda não chegou: A Antártida.

A cientista esteve dois meses a investigar o glaciar Thwaites, uma massa de gelo gigante que equivale ao tamanho do Reino Unido, que preocupa as equipas pela rapidez com que está a derreter, sendo chamado inclusive de glaciar do ‘dia do juízo final’.

A equipa do British Antarctic Survey recolheu também amostras dos sedimentos do fundo do mar para analisar as conchas dos micro-organismos fossilizados, contribuindo o estudo para mitigar catástrofes devido ao degelo.

Embora o tempo de lazer seja reduzido e não vejam televisão, os investigadores conseguem contactar por telefone a família e recebem notícias diárias, pelo que ficaram a ter conhecimento da situação atual de pandemia. “Começou a parecer um grande problema quando os países fecharam as fronteiras. A preocupação óbvia era: como vamos chegar a casa?” conta a cientista.

Kelly Hogan encontra-se com a restante equipa na ilha de Adelaide, na Estação de Investigação Rothera. Os hábitos de higiene já são comuns porque qualquer vírus pode ser problemático num lugar tão isolado. No entanto, as equipas reforçaram ainda mais as medidas de prevenção. Estima-se que na próxima semana regressem ao Reino Unido com ajuda militar.

Se as alterações climáticas tivessem um efeito tão imediato quanto o coronavírus, era provável que tivéssemos uma resposta global semelhante. É frustrante porque o ritmo das alterações climáticas é mais lento” afirma, acrescentando que ainda assim, é “reconfortante ver que uma resposta desta magnitude pode acontecer quando assim o queremos.

 

Artigo: Financial Times.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...