Como é que um passeio na natureza afeta o cérebro?



Um novo estudo associou ambientes urbanos a riscos acrescidos de ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental, incluindo a esquizofrenia, mas também deixou pistas para uma solução: a visita à natureza selvagem, que, mesmo que breve, está associada a uma série de benefícios para a saúde mental e física, incluindo pressão sanguínea mais baixa, ansiedade e depressão reduzidas, melhor humor, melhor concentração, melhor sono, melhor memória, e cura mais rápida.

Será que apenas caminhar numa floresta pode realmente desencadear todas estas mudanças benéficas no cérebro?

A chave pode estar na amígdala, uma pequena estrutura no centro do cérebro envolvida no processamento do stress, na aprendizagem emocional, e na resposta de luta ou de voo. O estudo indica que ela é menos ativada durante o stress nos residentes rurais do que nos habitantes das cidades, mas isso não significa necessariamente que a vida rural cause este efeito. Talvez seja o oposto, e as pessoas que naturalmente têm esta característica são mais propensas a viver no campo.

Para abordar esta questão, investigadores do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano conceberam um novo estudo, desta vez com a ajuda da imagem de ressonância magnética funcional (fMRI). Segundo os investigadores, os exames mostraram uma atividade reduzida na amígdala após um passeio na floresta, o que sustenta a ideia de que a natureza pode desencadear efeitos benéficos nas regiões cerebrais envolvidas com stress em apenas 60 minutos.

Há uma relação “positiva” entre a natureza e a saúde cerebral

“Os resultados sustentam a relação positiva anteriormente assumida entre a natureza e a saúde cerebral, mas este é o primeiro estudo a provar a relação causal”, disse a neurocientista ambiental Simone Kühn.

O novo estudo “oferece algumas das provas mais claras de que a atividade cerebral relacionada com o stress pode ser reduzida através de um passeio por uma floresta próxima, tal como os nossos antepassados poderiam ter feito”.

 





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