Falta peixe em Portugal? Desde sábado, país está dependente da importação de peixe



Desde o passado dia 1 de Abril, Portugal está oficialmente dependente da importação de peixe para conseguir satisfazer a procura dos consumidores portugueses. Mas num país com tão extensa costa, como se explica esta situação? A resposta está na “falta de autonomia no abastecimento que resulta de factores como o excessivo consumo de produtos pesqueiros importados e a sobreexploração dos stocks europeus”, defende a organização ambiental PONG-Pesca.

“Ainda que, para alguns recursos, as medidas de conservação estejam a dar sinais positivos, Portugal, tal como os seus parceiros europeus, transfere a sobreexploração aos stocks de países terceiros, fragilizados por políticas pouco sensíveis às questões de sustentabilidade na exploração dos recursos marítimos”, alerta a organizações ambientalista de defesa do sector da pesca. E a situação de dependência do nosso país está a piorar de ano para ano. “Todos os anos nos tornamos mais dependentes de capturas efectuadas em águas não europeias”.

Que papel tem o consumidor para garantir que a sustentabilidade do sector se mantém? Para a PONG, o consumidor terá um papel essencial nesta questão. Assim, diversificar a sua dieta, consumindo espécies que frequentemente não são aproveitadas, contribuindo para a diminuição do seu desperdício e para aliviar a pressão sobre os stocks de pescado mais explorados, são algumas das medidas que os consumidores podem adoptar no seu dia-a-dia para manter o sector de boa saúde.

Em comunicado, a PONG-Pesca defende ainda ser urgente “aproveitar a oportunidade dada pela actual Política Comum das Pescas para aumentar e melhorar os actuais esforços no sentido de uma gestão sustentável, aproveitando o potencial produtivo das águas portuguesas”.

Dados da Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, indicam que Portugal é o país europeu com maior consumo de pescada, perto de 62 quilogramas per capita/ano, cerca de três vezes mais pescado do que o europeu comum.

Foto: via Creative Commons 





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