Fezes de Washington vão gerar energia limpa



A D.C. Water, responsável pelo tratamento de esgotos da capital norte-americana, Washington, mas também dos estados vizinhos da Virgínia e Maryland, vai utilizar um sistema de hidrólise térmica norueguês que converte as fezes em electricidade.

“Da próxima vez que puxarem o autoclismo na capital da nação, considerem isto: você – ou melhor, o que quer que tenham despejado – vai ajudar a gerar energia limpa”, escreve o Washington Post.

“É um grande negócio em várias frentes”, explicou ao Post o director-geral da D.C. Water, George Hawkins. “É uma empresa pública a liderar a inovação e tecnologia mundial. Temos empresas de água públicas e privadas vindas de todo o mundo para perceber [o que estamos a fazer]”, continuou.

O sistema é simples: quando os habitantes de Washington puxarem o autoclismo ou enviarem bocados de sabão pelo ralo, estes conteúdos viajam vários quilómetros através da tubagem e chegam ao centro de tratamento de águas residuais [de Washington]. Lá, o que tem tons acastanhados ou escuros flui através de telas que removem os detritos e, em seguida, permitem que os sólidos por lá fiquem. Então, enormes centrifugadoras retiram a água e concentram-se nos sólidos que permanecem.

O líquido é enviado para tratamento e regressa ao rio Pontomac. Os sólidos concentrados são enviados para um enorme reactor de aço da Cambi – a fabricante norueguesa que inventou o sistema. Os reactores funcionam como panelas de pressão, que é utilizada para “cozinhar” os detritos. Depois, o que resta é enviado para quatro digestores – cilindros de cimento com oito andares de altura – que recebem até 14,3 milhões de litros, onde ficam cerca de três semanas com organismos microbianos. Estes convertem a matéria orgânica em gás metano, que é tratado e enviado para mais um edifício onde as turbinas queimam o gás metano em electricidade.

Segundo o Post, o sistema vai produzir energia suficiente para electrificar 10.500 casas. Paralelamente, ele evitará outras despesas no valor de €11,4 milhões por ano.

Foto: dirtyboxface / Creative Commons





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