Financial Times previu em Novembro o pedido de resgate financeiro de Portugal
“Portugal devia ser inteligente e pedir a ajuda do Fundo Europeu de Estabilização Financeira agora, antes que os mercados o obriguem a fazê-lo”.
A frase não surgiu em nenhuma bola de cristal, foi mesmo escrita pelo Financial Times, em editorial, a 26 de Novembro de 2010, dias depois do pedido de resgate irlandês.
“O acordo que permitiu à Irlanda pedir emprestado entre 80 a 90 mil milhões de euros do Fundo Europeu de Estabilização Financeira tinha como objectivo baixar os juros das Obrigações do Tesouro. Mas aconteceu o contrário”, alertava o FT.
“Isto não é surpreendente” – continuava o FT. “O puzzle está no facto de alguém pensar que forçar um empréstimo a Dublin, que tem dinheiro para seis meses, será a melhor maneira de ajudar Portugal, que tem necessidades mais imediatas. Isto, ao invés de emprestar directamente dinheiro a Lisboa”.
Avisos passados à parte, e segundo noticiou hoje o Correio da Manhã, a equipa do FMI em Portugal, liderada pelo dinamarquês Poul Thomsen, está a analisar os financiamentos das câmaras municipais e as PPP (Parcerias Público-Privadas), podendo sair daqui parte dos cortes necessários e que serão apresentados ao Governo português.
Também hoje, o New York Times escreve que o resgate de Portugal era “desnecessário”.
Ainda de acordo com o Correio da Manhã, o atraso no pedido de resgate poderá ter custado a Portugal perto de 390 milhões de euros. Mas, mais do que estes milhões, importa perceber de que forma este resgate financeiro irá repercutir-se no dia-a-dia dos portugueses, seja directa ou indirectamente – através, por exemplo, do investimento das empresas em projectos de responsabilidade social ou inclusão social, ou na actual estratégia portuguesa para as energias renováveis e restantes programas sociais e de apoio ao empreendedorismo.
Gostaríamos de conhecer a sua posição. O que acha do regresso do FMI a Portugal? O que nos reservará o futuro? Que consequência terá este resgate financeiro no dia-a-dia dos portugueses, das nossas empresas, na inclusão social ou estratégias de sustentabilidade das organizações?