Florestas da Colômbia desaparecem a cada hora que passa



“Na Colômbia, 20.6 hectares de florestas desaparecem a cada hora que passa”, disse Omar Franco, director do Instituto Colombiano de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais (IDEAM), durante o evento de apresentação da Estratégia de Controlo da Desflorestação e Gestão dos Bosques da Colômbia, que se realizou esta quinta-feira, 6 de Julho. Franco revelou que a desflorestação no país passou de 124.035 hectares em 2015 para 178.597 hectares em 2016, ou seja, um aumento de 44% num único ano. E o mais grave é que estes fenómeno aumentou em todas as regiões do país, afectado desde a região Amazónia (que continua a ser a região com maior superfície destruída, passando de 56.952 hectares perdidos em 2015 para 70.074 hectares perdidos em 2016) à região Andina, do Pacífico, do Caribe e até Orinoquia.

De acordo com o IDEAM, as principais causas deste desmatamento e desflorestação são: a apropriação indevida de terras (45%), as culturas ilegais (22%), a construção de infra-estruturas (10%), os incêndios florestais (8% ), a pecuária (8%) e a extracção mineral ilegal (7%). 

No seu discurso durante o mesmo evento, o ministro do Ambiente, Luis Gilberto Murillo, disse que “reduzir o desmatamento não é uma questão apenas do Sistema Nacional do Meio Ambiente, mas um compromisso do Estado e cidadãos”. Relembrou que a falta de financiamento, de um quadro jurídico e de coordenação institucional, e a debilidade da gestão florestal a nível nacional e regional facilitam o aumento do desmatamento no país, acrescentando que para atenuar o problema será reforçada a criação de reservas florestais, reservas indígenas, conselhos comunitários e reservas rurais, ao mesmo tempo que planeia expandir as áreas protegidas como o Parque Chiribiquete Nacional.

A Colômbia tem 59 milhões de hectares de florestas que cobrem 52% da superfície total do país. Mas as ameaças não param de aumentar. É o caso de uma nova autoestrada que está a ser construída para ligar a Venezuela e o Equador através da Colômbia, evitando atravessar a cordilheira dos Andes, mas passando por dois grandes parques nacionais colombianos, que possuem níveis excepcionalmente altos de biodiversidade, mesmo para os padrões da Colômbia, o segundo país com maior biodiversidade do mundo logo a seguir ao Brasil.

Foto: Creative Commons





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