Fogos rurais quase duplicam em julho e atingem o valor mais alto de 2024
Segundo os dados provisórios do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), os 1.082 incêndios rurais do último mês representam uma subida de cerca de 81% relativamente a junho, que era até agora o mês com mais ocorrências em 2024, e correspondem a 38% do total (2.820) de fogos rurais registado entre janeiro e julho deste ano.
Ainda assim, o registo de 1.082 incêndios rurais em julho está muito abaixo da média da década 2014-2023 para o mesmo período e que foi de 2.193.
Já ao nível da área ardida, o mês passado foi também o que apresentou valores mais elevados neste ano, com 1.538 hectares afetados pelas chamas, acima dos 949 observados em junho, e correspondendo a 35% do total de 4.425 hectares ardidos em 2024.
Na distribuição da área ardida, os povoamentos foram a área que mais ardeu em julho, com 732 hectares, seguida dos fogos rurais em matos (475) e zonas agrícolas (331).
Tal como no número de incêndios, também a comparação com a média anual dos últimos 10 anos para este período é favorável a 2024, uma vez que a média de área ardida para julho era de 18.754 hectares.
As estatísticas do ICNF para as causas dos incêndios entre janeiro e julho deste ano revelam que o incendiarismo é a causa isolada mais frequente entre as 1.975 ocorrências investigadas, sendo responsável por 24% dos incêndios rurais, à frente das queimadas extensivas de sobrantes florestais ou agrícolas (16%).
No entanto, agregando os diferentes tipos de queimadas e usos do fogo alcança-se um total de 42% nas causas de incêndios. Seguem-se os incêndios rurais com origens acidentais (16%), provocados por outras causas não especificadas (12%), os reacendimentos (3%), a realização de fogueiras (2%) e os fogos causados por razões naturais, como a queda de raios (1%).