FSC Internacional aprova norma portuguesa
A FSC Internacional “aprovou finalmente a norma portuguesa”, explicou hoje o presidente da FSC Portugal, Nuno Calado, durante o fórum sobre a certificação florestal organizado pela entidade.
“Há dois dias, a FSC Internacional aprovou finalmente a norma portuguesa”, revelou o responsável a uma audiência composta por profissionais da fileira florestal e gestores de marcas interessadas no tema.
O fórum decorreu durante todo o dia de hoje, no Espaço Monsanto, em Lisboa, e debateu a importância da certificação florestal para a sustentabilidade das florestas e para a cadeia de valor das empresas.
Durante algumas horas, gestores de marcas de grande consumo e empresas, responsáveis de sustentabilidade e qualidade, responsáveis de ONGs e o sector académico tentou perceber como podem as empresas ganhar com a associação do selo FSC aos seus produtos.
O Green Savers esteve presente e deixa-lhe um resumo telegráfico dos principais momentos do primeiro painel:
Nuno Calado, presidente da FSC Portugal
“Há dois dias, a FSC Internacional aprovou finalmente a norma portuguesa”
Mário Abreu, Tetra Pak
“O primeiro rótulo FSC na Tetra Pak surgiu em 2007, com a britânica Sainsbury’s. Em 2010 foram vendidas 18,4 mil milhões de embalagens com o selo FSC”
“Em 2012, 24 mil milhões de embalagens da Tetra Pak terão o rótulo FSC”
“Compramos 2 milhões de toneladas de papel por ano. Deste, 50% é certificado pela FSC”
Julian Nierentz, FSC Internacional
“Temos uma nova estratégia. Até agora, trabalhávamos com as marcas em campanhas isoladas. Mas o mercado quer que mais informação sobre o FSC chegue aos seus clientes”
“Temos que aumentar a notoriedade do FSC, esse é o grande desafio do FSC. Estamos a preparar uma grande campanha para aumentar a notoriedade nos Estados Unidos”
“No Verão de 2013 vamos lançar uma plataforma online para a rastreabilidade da cadeia de fornecimento, uma ferramenta essencial para a credibilidade de toda a certificação. É o maior projecto de sempre da FSC”
Anders Hildeman, IKEA
“A madeira é a matéria-prima mais importante do nosso catálogo, é a nossa alma”
“A certificação é a certeza que podemos voltar sempre para os nossos fornecedores, ano após ano, e saber que eles estarão lá”
“Em 1998, os nossos gestores perceberam que não sabiam de onde provinha a madeira. No início, a Ikea usou os auditores para monitorizar o trabalho, mas isso era pouco eficiente. Com um sistema internacional, partilhando o custo com vários outros negócios, podemos ser mais eficientes”
Maria João Alegria, Sumol-Compal
“[Para nós, o FSC] é uma questão de negócio. É uma decisão recente e resultou num desafio da Tetra Pak para as marcas Compal e Um Bongo”
“Estão agora a ser lançadas as primeiras embalagens com o selo FSC no mercado”
“O selo FSC não é, por si só, suficiente para alterações de consumo, mas reforça o valor das marcas”
Ana Simão, CTT
“Procurámos a certificação FSC não por uma razão de mercado mas por um desafio interno, da equipa de gestão”
Vera Norte, Tetra Pak
“Há uma vantagem ambiental na certificação: é a garantia de que temos uma matéria-prima renovável”
“Há grandes desafios na comunicação destas vantagens ao consumidor final”
“Há uma opção estratégica no selo FSC, que tem a ver com o posicionamento da empresa”
“Ainda é cedo para falar de resultados em Portugal, há pouco material certificado”
“É preciso um esforço extra para pagar o diferencial do preço. A Tetra Pak absorve o custo, não o passa para os clientes. É uma decisão estratégica”
Carlos de Jesus, Corticeira Amorim
“Nós ditamos o caminho do sector, e o logo FSC ajuda-nos a comunicar a Corticeira Amorim nos mercados que nunca viram um sobreiro à frente”
Pedro Silva, Portucel Soporcel
“95% da produção é para exportação. A FSC dá-nos credibilidade noutros mercados, sobretudo quando falamos de concursos públicos ou clientes que o exigem”
“Precisamos de mais florestas em Portugal, e mais rapidamente. Só há 10% de área certificada em Portugal, quando a Finlândia, por exemplo, tem 90%. Precisávamos de um País inteiro de floresta certificada”
“Os standards da FSC têm que ter criatividade em Portugal. Para quem não tem cadastro, por exemplo”