Fundo ambiental é o cimento financeiro para a limpeza urbana
A secretária-geral do Ambiente, Alexandra Carvalho, disse hoje que o Fundo Ambiental “pode ser o cimento financeiro” para “dar corpo” a iniciativas de investimento das empresas de limpeza urbana, reunidas num encontro nacional em Loulé.
“O Fundo Ambiental pode ser o cimento financeiro que pode dar corpo a algumas iniciativas” propostas pelas empresas, disse Alexandra Carvalho na intervenção que fez no IV Encontro Nacional de Limpeza Urbana.
Questionada pelos participantes na reunião sobre a rapidez na aprovação dos apoios previstos, a secretária-geral assegurou que um dos seus objetivos é “agilizar o financiamento e corresponder às expectativas das empresas e dos cidadãos”.
O Fundo Ambiental foi criado em 2016, concentrando os recursos dos fundos ambientais existentes, de modo à obtenção de “um instrumento com maior capacidade financeira e com maior adaptabilidade aos desafios colocados”.
Este instrumento tem por finalidade apoiar políticas ambientais para a prossecução dos objetivos do desenvolvimento sustentável, designadamente os relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos, aos resíduos e à conservação da natureza e biodiversidade.
“O setor da limpeza urbana é muito importante na nossa sociedade e queremos continuar a apoiá-lo, estando disponíveis para fazer este caminho com a Associação Limpeza Urbana”, disse a secretária-geral do Ambiente, que por inerência também é diretora do Fundo Ambiental.
Segundo Alexandra Carvalho a “vertente nacional” do fundo ambiental tem mais de 1.000 milhões de euros em 2022, esperando que seja possível conseguir uma “execução” de 100%.
O Encontro Nacional de Limpeza Urbana dedicado ao tema “Roadmap [‘roteiro’ em português] para Cidades Competitivas e Atrativas” vai ter 40 oradores convidados, nacionais e internacionais, com o objetivo de “demonstrar a importância do estado da Limpeza Urbana como um ativo das cidades”.
“Uma cidade limpa, sem resíduos espalhados no chão é um espaço muito melhor para se viver, mais saudável para as pessoas e melhor para quem nos visita”, afirmou Alexandra Carvalho.
O presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, deu as boas vindas aos participantes no encontro e sublinhou o “compromisso” da autarquia na execução de políticas de gestão amigas do ambiente.
“A limpeza urbana é um fator determinante para ter as cidades e os cidadãos felizes”, disse o autarca, que também recordou a importância para o turismo de se ter os espaços limpos e ordenados.
No encontro foi referido o 1.º Estudo sobre Limpeza Urbana em Portugal elaborado em 2021 que concluiu que “a limpeza urbana cria tantos postos de trabalho e riqueza como a recolha de resíduos”, empregando o setor 1,16 trabalhadores por cada 1.000 habitantes, num total de 11.880 postos de trabalho diretos e 7.450 indiretos.
O IV Encontro Nacional de Limpeza Urbana tem representantes de autarquias de norte a sul do país e das regiões autónomas, empresas públicas e privadas do setor.
Da agenda dos três dias de trabalhos, que começaram na quarta-feira e terminam na sexta-feira, constam temas como a importância do estado da limpeza urbana como um ativo das cidades, as oportunidades de financiamento da legislação nacional para a limpeza urbana e para os resíduos, as estratégias para acabar com os resíduos abandonados e as boas práticas de sensibilização e mobilização da população.