Garrafas de plástico transformadas em barcos nos Camarões



As consequências das alterações climáticas e a crescente poluição provocada pelo plástico descartado na natureza estão a pôr em risco uma das atividades económicas mais importantes: a pesca. Para travar esse problema, a Madiba & Nature, uma organização sem fins lucrativos, começou a recolher lixo de plástico e a reutilizá-lo para construir barcos.

Porém, apesar dos esforços em África para reutilizar o plástico, muito do lixo continua a ser um flagelo para o ambiente, com uma grande quantidade a ser queimada ou enterrada. Investigadores do mundo inteiro estimam que, por ano, oito milhões de toneladas de resíduos plásticos acabam no mar. Na opinião de Osric Tening Forton, especialista em risco ambiental do Banco Africano de Desenvolvimento, para o sector privado da reciclagem prosperar é necessário melhorar a regulamentação e aplicar de forma mais rígida as leis existentes.

Numa entrevista ao Fórum Económico Mundial, Ismael Ebone, fundador do projeto, partilhou algumas ideias sobre o impacto desta solução que além de travar um problema ambiental, está a criar emprego. Limpar as praias, reutilizar o plástico recolhido e construir barcos a preços acessíveis. Esta ‘fórmula’ criada por Ismael Ebone já está a ter resultados. Segundo o criador do projeto, os pescadores dos Camarões precisavam de um apoio assim, que lhes permitisse ter acesso a barcos melhores e que, ao mesmo tempo, os resíduos de plástico fossem travados antes de chegarem ao mar e afetarem a vida marinha.

Em apenas um ano, foram construídos 50 barcos tendo como base o plástico proveniente maioritariamente de garrafas PET recolhidas nas limpezas de praia. Os barcos são simples mas funcionam: servem os pescadores locais na perfeição. O projeto envolve a comunidade piscatória, voluntários e escolas dos Camarões. O sistema de recolha, gestão e tratamento dos resíduos, na base da Madiba & Nature, é possível replicar em outros países africanos – um dos grandes objetivos de Isamel Ebone.





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