Gás natural e energia nuclear vistos como sustentáveis no Parlamento Europeu

Esta quarta-feira, em Estrasburgo, o Parlamento Europeu deu parecer “verde” à  inclusão do gás natural e da energia nuclear como atividades económicas ambientalmente sustentáveis. Foi apresentada uma moção que rejeitava a inclusão das mesmas na Taxonomia Europeia, mas não foi obtida a maioria absoluta dos deputados para bloquear a proposta.

No total, 328 deputados votaram contra e 278 deputados votaram a favor, e 33 abstiveram-se. Caso o Conselho da União Europeia não se oponha, o Ato Delegado de Taxonomia entra em vigor em 1 de janeiro do próximo ano.

A proposta para classificação das duas fontes como sustentáveis foi aprovada em fevereiro. A Comissão acredita que atividades específicas de gás e de energia nuclear, que cumpram devidos critérios, têm um papel na transição verde, devendo ser vistas como atividades transitórias que irão acelerar a transição rumo à neutralidade climática.

Os ambientalistas já se vieram pronunciar contra esta situação. Ariadna Rodrigo, ativista da Greenpeace na Europa, afirmou tratar-se de um “resultado ultrajante” e que o grupo vai recorrer aos tribunais. “Estamos inspirados pelos ativistas climáticos aqui de Estrasburgo, esta semana, e estamos confiantes de que os tribunais derrubarão esta lavagem verde politicamente motivada como uma violação clara da lei da União Europeia”, defende.

À Euronews, Philippe Lamberts, co-presidente do Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia no Parlamento Europeu, afirma que “É um desastre para o Pacto Ecológico Europeu. Se se quiser perder credibilidade dando um tiro no próprio pé, é precisamente isto que tem de se fazer“.