Genebra está a ficar demasiado cara para agências humanitárias



A escalada histórica do franco suíço, em Janeiro, está a preocupar as agências de direitos humanos e ajuda humanitária, muitas delas sediadas na cidade de Genebra. Segundo o IRIN, muitas destas entidades irão reduzir as suas operações na cidade suíça e, inclusive, mudar o local da sua sede.

Conhecida como a “capital humanitária do mundo” desde a fundação do Comité Internacional da Cruz Vermelha por um grupo de residentes, em 1863, Genebra alberga hoje 31 organizações internacionais, cerca de 300 ONG e 172 missões diplomáticas – todas estas entidades contribuem para 10% dos empregos do cantão de Genebra e 9% do seu PIB.

“A cooperação internacional nasceu aqui”, pode ler-se nas ruas da cidade.

Nos últimos anos, explica o site, algumas organizações internacionais deixaram a cidade, e muitas se seguirão nos próximos meses, devido à escalada do franco suíço. “Existem benefícios de estar em Genebra: as redes, ligações e tudo isso. Mas [a escalada da moeda] eleva o preço das coisas, que já é caro, para o limite”, explicou Lars Peter Nissen, director da ACAPS, organização que pesquisa necessidades humanitárias.

A escalada da moeda obrigou, inclusive, a Economist Intelligende Unit a rever o seu ranking de cidades mais caras do mundo, então liderado por Singapura, para incluir Zurique e Genebra nos dois primeiros lugares.

Segundo a Cushman & Wakefield, um escritório em Genebra custa €715/metro quadrado, em média, mas pode chegar aos €870. “Se a deslocalização dos serviços de logística [para fora de Genebra] reduzir os custos, iremos fazê-lo, mas de uma forma que limite o impacto na nossa equipa”, explicou o presidente da Cruz Vermelha Internacional, Peter Mauer.

Foto: ITU Pictures / Creative Commons





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