Gestão mais integrada do Gerês poderá ditar fusão de quatro municípios



Para incutir uma gestão mais integrada ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, os cinco concelhos que gerem um dos maiores patrimónios ambientais portugueses – Terras de Bouro, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Melgaço e Montalegre – poderão fundir-se, caso sejam comprovadas as vantagens em termos da racionalização de custos, protecção ambiental e de alavancagem do crescimento económico.

Um destes entusiastas é o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Joaquim Cracel Viana, que acredita que as câmaras podem aumentar a sua eficiência com menos funcionários, contratando serviços aos agentes privados com regras claras e transparentes.

“As autarquias devem esvaziar o seu peso administrativo em favor das pequenas e médias empresas da região”, explicou o responsável, em entrevista ao Vida Económica. De acordo com o autarca, muitos tipos de serviços, sobretudo de limpeza, manutenção de espaços públicos ou pavimentação, seriam executados com maisoreficiência e rapidez – e um menor custo – por empresas privadas.

Assim, a contratação de PME possibilita a criação e manutenção de postos de trabalho e meios onde o desenvolvimento não é tão grande como nas cidades.

“As pessoas vivem da economia. Ninguém vive de um território protegido se não tiver meios de se sustentar e sobreviver”, explica o autarca, acrescentando que o Gerês deveria ser gerido de forma mais aberta e coerente.

E conclui: “O parque deve ser um factor de desenvolvimento económico. Nós sempre lutámos pela preservação da natureza, e é possível o equilíbrio entre a natureza e o aproveitamento dos espaços pelo homem. Nenhuma região sobrevive se não houver meios de desenvolvimento, meios de sustento, emprego, perspectivas para uma vida melhor. Se assim não for, as pessoas abandonam a região”.

O tema da fusão das autarquias também já foi comentado pelo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, que afirmou que há vários autarcas que estão de acordo com as fusões. “Conheço um autarca que está interessado nessa aglomeração. Se for uma vontade da câmara e dos munícipes, não vejo qualquer problema”, explicou ao Dinheiro Vivo.





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