Glaciar mais alto do Monte Evereste está a perder gelo 80 vezes mais rápido
O homem está a impulsionar as alterações climáticas, e os seus efeitos são cada vez mais visíveis, em todas as partes do mundo. O glaciar mais alto do Monte Evereste, que tem quase 8 mil metros de altitude, está a perder uma grande quantidade de gelo.
Os dados resultantes da Expedição National Geographic e Rolex Perpetual Planet Everest 2019, no âmbito das mudanças ambientais, foram expostos num novo artigo por uma equipa internacional liderada pela Universidade do Maine. O grupo de cientistas descobriu que o gelo no South Col está a diminuir 80 vezes mais rápido do que o normal. Isto fez com que já tivesse perdido uma quantidade de gelo – cerca de 55 metros – idêntica à que se formaria na superfície num período de 2 mil anos.
As mudanças têm sido observadas desde 1950, no entanto, os maiores impactos surgiram nos últimos 32 anos, revelam os autores. “Isto responde a uma das grandes questões colocadas pela nossa expedição NGS/Rolex Mount Everest 2019 – se os glaciares mais altos do planeta são impactados pelas alterações climáticas com origem humana. A resposta é um grande sim, e de forma muito significativa desde o final dos anos 1990”, afirma Paul Andrew Mayewski, diretor do Instituto de Alterações Climáticas da Universidade de Maine e autor do estudo.
As preocupações com esta perda de massa de gelo são várias; em primeiro lugar, a diminuição da disponibilidade de água para mais de mil milhões de pessoas. Em segundo, o aumento da sensibilidade do gelo nas altas atitudes dos Himalaias pode originar avalanches. Importa referir que isso irá afetar também os percursos de escalada nas expedições ao Monte Evereste.