Governo de Lula elimina termo índio por ser discriminatório



O Governo do novo presidente brasileiro, Lula da Silva, alterou o nome do órgão responsável pelas políticas para os povos indígenas para excluir o termo “índio” do seu nome, por o considerar discriminatório e colonizador.

A Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967 e que tem sido a principal fomentadora e executora de políticas para os povos indígenas no Brasil, passou a chamar-se Fundação Nacional dos Povos Indígenas, por decreto publicado por Lula da Silva no Diário Oficial da União, na segunda-feira.

“Índio é uma palavra adotada pelos colonizadores para nos definir, mas já há alguns anos usamos o termo indígena, que significa ‘original’, aquele que estava aqui antes dos outros”, disse à agência noticiosa espanhola Efe, a líder indígena Sónia Guajajara, no domingo, dia em que assumiu a chefia do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas.

A mudança responde à decisão de Lula de promover uma nova política para os indígenas que os tenha como protagonistas, e também à política de promover uma linguagem inclusiva, não só de géneros, mas também de raças.

Segundo a nova ministra, representante dos Guajajara/Tentehar, etnia que vive na reserva indígena Araribóia, no estado amazónico do Maranhão, a nova denominação da Funai representa e valoriza a diversidade dos povos indígenas brasileiros.

Guajajara, eleita deputada nas eleições legislativas de 02 de outubro, acrescentou que o termo “índio” também é considerado impreciso pelos especialistas, pois engloba as mais de 300 etnias existentes no Brasil.

A deputada federal e advogada Joenia Wapichana, que acaba de se tornar a primeira mulher indígena a assumir a presidência da Funai, falou no mesmo sentido.

“É um momento histórico para os povos indígenas do Brasil, que depois de tanta afronta e revés, e com o único órgão indígena totalmente desmantelado, possamos retomar a Funai. Uma Funai que já podemos dizer que é nossa”, disse Wapichana, criticando as políticas do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.





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