Governo grego estima que fogos vão destruir 150 mil hectares de floresta
O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, previu ontem que as superfícies ardidas este verão pelos incêndios florestais que afetam o país vão ultrapassar os 150 mil hectares, a maior parte em Dadia, no norte.
A estimativa do governo grego foi transmitida pelo primeiro-ministro durante um debate no Parlamento de Atenas sobre os incêndios.
O fogo que arde agora na floresta do parque nacional de Dadia é o maior incêndio florestal registado na União Europeia desde que o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais começou a efetuar registos, em 2000.
Sem sinais de abrandamento, o incêndio tinha queimado mais de 81 mil hectares até terça-feira, de acordo com o Serviço de Gestão de Emergências Copernicus da União Europeia, a componente de observação da Terra do programa espacial da União Europeia, que utiliza imagens de satélite para fornecer dados.
Nas últimas horas, as autoridades da Grécia voltaram a reforçar os meios de combate aos incêndios no nordeste do país onde o fogo de grandes dimensões se mantém ativo há 13 dias.
Hoje foram emitidos alertas dirigidos aos habitantes da zona de Evros para abandonarem novamente os locais onde residem tendo sido destacados mais de uma centena de bombeiros para a região afetada.
Neste momento, e contando com o último reforço, encontram-se 582 bombeiros envolvidos no combate ao fogo de Evros, apoiados por dez aviões e sete helicópteros de combate a incêndios.
Os meios aéreos foram enviados por nove países europeus, de acordo com o departamento governamental de combate a incêndios.
O incêndio começou no passado dia 19 de agosto e já atingiu casas e florestas, sobretudo em Alexandroupolis, região de Evros, perto da fronteira com a Turquia.
Na semana passada, este fogo no nordeste do país causou 20 das 21 mortes causadas por incêndios florestais na Grécia.
Outras pessoas, incluindo os dois tripulantes de um avião de combate a incêndios perderam a vida no combate aos incêndios florestais ocorridos este ano na Grécia.
Os deputados gregos, no Parlamento de Atenas, cumpriram hoje um minuto de silêncio pelas vítimas, um momento que assinalou o debate parlamentar sobre os fogos e a resposta do Estado.
O debate parlamentar ainda decorre.
As causas que provocaram os grandes incêndios ocorridos este ano na Grécia estão ainda a ser investigadas pelas autoridades.
Em relação a fogos de menor dimensão verificam-se suspeitas de fogo posto que levaram à detenção de várias pessoas.
Atos de negligência também foram assinaladas pelas autoridades em vários pontos do país.
Desde o início do incêndio que se mantém ativo em Alexandroupolis e Evros, foram emitidas ordens para a retirada de milhares de pessoas que habitam aldeias.
O principal hospital da cidade de Alexandroupolis foi evacuado e a maioria dos habitantes chegaram a ser autorizados a regressarem a casa nos últimos dias, uma situação que pode alterar-se visto que foram emitidos hoje novos alertas de perigo.
Durante a noite, os habitantes de duas aldeias próximas da fronteira com a Turquia e de um parque natural foram postos em alerta para uma eventual retirada devido à gravidade que se regista numa das frentes do incêndio.
Este verão, a Grécia foi afetada por centenas de incêndios florestais em todo o país, com dezenas de novos fogos a deflagrarem todos os dias.
A grande maioria dos fogos é extinta rapidamente antes de se propagar.
Nas 24 horas que decorreram entre terça-feira e quarta-feira à noite, os bombeiros combatiam 81 incêndios, 47 dos quais foram detetados nesse período, indicaram hoje os bombeiros gregos.
As forças de combate a incêndios atingiram o limite e, por isso, a Grécia pediu ajuda a de emergência a outros países europeus.
Centenas de bombeiros da Roménia, França, Bulgária, República Checa, Albânia, Eslováquia e Sérvia ajudam a combater os incêndios na Grécia, juntamente com 12 meios aéreos da Alemanha, Suécia, Croácia, Chipre, República Checa, França e Espanha.